Lançada em 1983 no álbum Uns, a música Eclipse Oculto, de Caetano Veloso, carrega uma narrativa pessoal e direta. A composição surgiu a partir de um encontro frustrado entre o cantor e Paulo César de Souza, tradutor de Sigmund Freud.
O próprio Caetano revelou, em entrevistas, que a canção descreve um momento íntimo que não ocorreu como esperado.
A letra traduz essa experiência de forma objetiva: "Na hora da cama/ Nada pintou direito." Em tempos de eclipse lunar, que atingiu sua totalidade às 3h58 nesta sexta-feira, 14, o título da música remete ao fenômeno astronômico e pode ser interpretado como uma metáfora para o episódio descrito.
Caetano também destacou o caráter autobiográfico da composição, mencionando que sua fonte de inspiração veio da realidade, com riqueza de detalhes.
“É muito engraçada essa música. A história de uma brochada, uma transa que não deu certo. Foi totalmente documental isso. A outra pessoa se lembra direitinho e se surpreendeu por eu ter colocado todos os detalhes. Minhas músicas todas são autobiográficas”, contou Caetano em entrevista.
O próprio Paulo César comentou sobre o episódio em 2008, em depoimento para o jornal baiano "A Tarde'", e desdenhou do teor escandaloso da informação. "Não chega a ser uma grande revelação uma transa de Caetano com um homem hoje em dia, não é?".
Ao longo da carreira, o artista explorou diferentes formas de contar histórias pessoais em suas músicas, combinando elementos do cotidiano com referências poéticas e filosóficas. Eclipse Oculto se encaixa nesse contexto, transformando um episódio particular em arte.
Assista a uma performance ao vivo de Eclipse Oculto na voz de Caetano