Em 2025, o Air Supply atravessa cinco décadas de estrada. O marco não ressoa como uma celebração tradicional. Para muitos, soa como uma nota de rodapé persistente no pop internacional; para outros, uma espécie de trilha sonora paralela que nunca precisou da linha de frente para existir.
O duo formado por Graham Russell e Russell Hitchcock continua ocupando esse lugar entre o culto silencioso e o mainstream esquecido — mas nunca inteiramente apagado.
O encontro entre os dois aconteceu nos bastidores de uma montagem australiana de Jesus Christ Superstar, em Sydney. Russell, inglês de Nottingham, já escrevia. Hitchcock, australiano de Melbourne, trazia a voz. O nome veio de um sonho, e a parceria, do tipo que parece ter sido firmada à margem da indústria, mas com acesso suficiente para infiltrar baladas suaves nas rádios de três gerações.
Boa parte do repertório nasceu da pena de Graham Russell. Letras diretas, progressões harmônicas sem pressa, e uma insistência no arranjo limpo — que ao longo do tempo passou de fita magnética a MP3 sem alterar o pulso. Eles são o tipo de banda que manteve o mesmo disco em looping interno, sem pedir desculpas por isso.
Comemorando 50 anos, o Air Supply não lança retrospectivas com grandes editoras. Prefere o circuito dos shows pontuais, relançamentos discretos em vinil colorido, fãs que sabem onde procurar. Não é uma volta. É a continuação de algo que nunca se ausentou completamente.
Relembre Lonely Is The Night, a canção que ainda não acabou
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