Liz Phair completa 58 voltas ao redor do sol
Da reverência indie ao flerte com o pop comercial, cantora permanece como figura de interrogação.
Por LockDJ
Publicado em 17/04/2025 09:07 • Atualizado 17/04/2025 09:08
Música
Obra de Liz Phair não se esgota em análises fáceis.

Liz Phair completa 58 anos nesta quinta-feira, 17 de abril. O número em si poderia passar batido, mas carrega o rastro de uma trajetória que segue reverberando em cada canto onde uma guitarra desafina e uma voz feminina decide contar a própria versão da história.

 

Lançado em 1993, Exile in Guyville não apenas apresentou Liz ao mundo, mas estabeleceu uma conversa direta – e nem sempre gentil – com os códigos do rock independente da época. A resposta, faixa a faixa, ao Exile on Main St., dos Rolling Stones, foi menos homenagem e mais desconstrução. Ela reescreveu a moldura do gênero, letra por letra, com uma crueza que causou ruído.

 

Nome presente nas listas da Rolling Stone dos maiores álbuns de todos os tempos, esse disco ainda serve como ponto de fuga para quem busca outras narrativas no universo musical. Liz não veio para agradar o público, veio para confrontá-lo. Sua voz não almeja o tom perfeito, mas insiste em ocupar o espaço que lhe negaram.

 

Ao longo das décadas, seu percurso passou por fases distintas, da reverência indie ao flerte com o pop comercial, gerando tanto elogios quanto desconfortos. As críticas nunca foram evitadas. O incômodo, aliás, parece parte essencial da equação.

 

Hoje, ao completar mais um ciclo, Liz Phair permanece como figura de interrogação. Sua obra não se esgota em análises fáceis, nem em reverências nostálgicas. Aos 58 anos, sua presença continua lembrando que a música pode ser, acima de tudo, uma forma de recusa.

 

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