Noel Gallagher completa 58 anos nesta quinta-feira, 29 de maio, e seu nome permanece associado a uma das trajetórias mais turbulentas e influentes da música britânica contemporânea. Como principal compositor e cérebro criativo do Oasis, seu papel foi central na ascensão do britpop nos anos 1990, especialmente após o lançamento de (What’s the Story) Morning Glory? — um dos discos mais emblemáticos do gênero.
A figura de Noel se consolidou por meio de uma postura provocativa, declarações polêmicas e um repertório que mescla referências dos Beatles, Sex Pistols, Rolling Stones e The Smiths. Sua atuação na banda sempre esteve entre o instinto de autopreservação artística e o atrito constante com seu irmão Liam, vocalista do grupo, o que culminaria no fim do Oasis em 2009, após uma série de brigas públicas.
Após a dissolução da banda, Noel fundou o Noel Gallagher’s High Flying Birds, um projeto mais livre, com sonoridades que transitam entre o rock tradicional, influências psicodélicas e arranjos de orientação mais experimental.
Embora o projeto não tenha atingido os mesmos picos de popularidade que o Oasis, permitiu a Gallagher desenvolver uma carreira solo com controle absoluto sobre as direções estéticas de seu trabalho.
Apesar de viver à sombra de canções que ele mesmo escreveu, como Wonderwall, Don’t Look Back in Anger e Champagne Supernova, Noel Gallagher evita o saudosismo e recusa a ideia de uma reunião do Oasis. Essa postura sustenta uma ideia de permanência no tempo presente, ainda que parte do público siga preso ao passado.
Ao longo de sua carreira, Noel se posicionou como crítico ácido da indústria, de colegas músicos e da política britânica. Mesmo quando se recolhe de debates públicos, sua figura permanece orbitando o centro da cultura pop britânica. Sua produção solo, embora menos midiática, alimenta uma base fiel e resiste ao desgaste do tempo.
Aos 58 anos, Noel Gallagher segue como autor de uma obra que sobrevive a modismos e revisitações. Entre provocações, clássicos e silêncio estratégico, o músico construiu um lugar único: o de alguém que moldou o som de uma geração e se recusa a replicá-lo por conveniência.
