Com coreografia e caos, Bailarina dá um novo fôlego para o universo de John Wick
A presença de Ana de Armas carrega o filme nas costas, enquanto figuras conhecidas da franquia orbitam ao redor.
Por LockDJ
Publicado em 05/06/2025 11:46 • Atualizado 05/06/2025 11:47
Entretenimento
Ana de Armas e Keanu Reeves transitam no universo John Wick (Foto: Reprodução)

A crítica de “Bailarina” se instala como uma leitura sobre o esqueleto narrativo e coreográfico que sustenta a franquia John Wick – e que agora, nesse spin-off, testa os limites entre ação e drama sem pretensões narrativas. O filme escancara o que todos sabem: o cinema de ação contemporâneo de Hollywood sobrevive menos pelo enredo e mais pela coreografia, pelo balé de socos e tiros que preenche a tela.

 

Se a história de John Wick começou com um cachorro morto, aqui, a vingança de Eve, interpretada por Ana de Armas, nasce de uma infância traumática e segue um caminho genérico de redenção e brutalidade. A narrativa é apenas o motor para a performance física, que Len Wiseman, o diretor, entende como o verdadeiro espetáculo. Não há tempo para sentimentalismo mal encaixado ou laços frágeis entre personagens – tudo desmorona ao menor impacto, e o que resta são sequências de luta que arrastam o público para dentro do caos.

 

A presença de Ana de Armas carrega o filme nas costas, enquanto figuras conhecidas da franquia – Winston, Charon e até o próprio John Wick – orbitam ao redor, mais como acenos ao fã-clube do que como personagens plenos.

 

Keanu Reeves aparece como um espectro: existe, mas não reina. A coreografia de Armas e seu treino físico transformam Bailarina em uma explosão de movimentos calculados e precisão letal. O terceiro ato comprova essa virada: Eve toma as rédeas, e o universo de Stahelski segue pulsando.

 

Bailarina se revela como o terreno onde o espetáculo físico substitui a necessidade de sentido, e a violência coreografada compensa a falta de densidade dramática. John Wick talvez se aposente, mas o recado do filme é direto: sempre haverá um novo corpo em movimento, pronto para manter viva a pulsação desse mundo de assassinos estilizados. E nisso, o cinema de ação contemporâneo encontra seu próprio consolo.

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