Lançada em 1994, All I Wanna Do marcou o início da carreira mainstream de Sheryl Crow como um símbolo da cena pop-rock norte-americana dos anos 1990. A canção, que mistura elementos de rock leve com narrativa urbana, venceu o Grammy de Gravação do Ano e Melhor Performance Vocal Pop Feminina em 1995, há 30 anos. Também foi indicada à Canção do Ano, consolidando a artista como uma voz relevante da época.
Inspirada no poema Fun de Wyn Cooper, a letra retrata um cotidiano despretensioso, centrado em dois personagens que observam a cidade enquanto bebem cerveja no meio da tarde. O clima da música dialoga com um período de transição cultural nos Estados Unidos, em que o grunge começava a ceder espaço a sonoridades mais híbridas, com foco no pop acessível, no folk urbano e em temas cotidianos.
Produzida com uma estrutura simples e refrão repetitivo, All I Wanna Do ganhou força nas rádios e em videoclipes da época, tornando-se uma das faixas mais executadas daquele ano. O sucesso imediato contribuiu para que o álbum de estreia de Crow, Tuesday Night Music Club, ultrapassasse a marca de sete milhões de cópias vendidas.
O impacto da canção também se deu na forma como abriu espaço para artistas femininas que transitavam entre o pop e o folk-rock, em uma indústria então dominada por vozes masculinas. O estilo de Crow, à época considerado alternativo, tornou-se uma referência para futuras composições com narrativas em primeira pessoa e linguagem direta.
Três décadas depois, All I Wanna Do permanece como registro de um tempo em que a música pop flertava com o minimalismo narrativo e a crônica urbana, sem recorrer a artifícios grandiosos. A canção segue como um dos marcos da década, frequentemente incluída em listas de hits dos anos 1990 e relembrada em coletâneas e apresentações comemorativas.