Jeff Beck: o guitarrista que tocava com a alma
Músico britânico, que faria 81 anos nesta terça, 24 de junho, foi um alquimista do som.
Por LockDJ
Publicado em 24/06/2025 06:00
Música
Jeff Beck rompeu fronteiras entre o blues, o rock, o jazz e o funk (Foto: Divulgação)

Se estivesse vivo, Jeff Beck completaria nesta terça-feira, 24 de junho, 81 anos. Um dos guitarristas mais influentes e inovadores da história do rock, Beck foi mais do que um virtuose das seis cordas — foi um alquimista do som. Sua trajetória rompeu fronteiras entre o blues, o rock, o jazz e o funk, sempre com uma sonoridade própria, marcada por improvisos e sensibilidade técnica fora do comum.

 

Emergindo nos anos 1960 como substituto de Eric Clapton nos Yardbirds, Beck rapidamente imprimiu sua identidade no cenário britânico, combinando distorções, feedbacks e texturas que antecipavam a psicodelia e o hard rock. Mas foi com o Jeff Beck Group, formado em 1967, que ele consolidou seu lugar como visionário. E é justamente aqui que entra Rod Stewart.

 

Na época um jovem cantor ainda buscando espaço, Stewart encontrou em Beck uma plataforma de projeção. Com a voz rouca e poderosa, tornou-se o vocalista do Jeff Beck Group e brilhou nos álbuns Truth (1968) e Beck-Ola (1969) — dois discos considerados pré-história do hard rock e influência direta para nomes como Led Zeppelin.

 

A parceria foi curta, mas explosiva. Beck dava liberdade a Stewart, que retribuía com interpretações intensas, que ajudaram a moldar sua própria identidade como cantor. Para muitos, foi ali que nasceu o Rod Stewart que depois conquistaria o mundo em carreira solo e com os Faces. Em entrevistas posteriores, Stewart reconheceria o impacto de Beck em sua trajetória, chamando-o de “gênio incompreendido”.

 

Ao longo das décadas, Jeff Beck manteve-se inquieto. Nunca se prendeu a fórmulas. Foi um dos primeiros guitarristas a incorporar sintetizadores e explorar o som do jazz fusion, como no aclamado álbum Blow by Blow (1975). Diferente de muitos contemporâneos, nunca buscou a fama pop — preferia o respeito artístico. E foi justamente isso que o tornou tão admirado entre músicos e puristas.

 

Jeff Beck faleceu em 2023, mas sua influência permanece. Sua guitarra falava por ele — e dizia sons que palavras não davam conta. Sua colaboração com Rod Stewart, breve mas decisiva, é parte de um legado que ainda reverbera entre quem acredita que a música pode ser uma linguagem mais honesta do que o próprio silêncio.

 

Jeff Beck não apenas tocava guitarra. Ele a fazia falar.


E, por um tempo, Rod Stewart foi sua voz mais poderosa.

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