Foo Fighters em 30 anos de estrada, saudade e resistência
Banda celebrou a data com o lançamento de “Today’s Song”, faixa inédita para brindar com os fãs.
Por LockDJ
Publicado em 03/07/2025 17:32 • Atualizado 03/07/2025 17:32
Música
Dave Grohl destacou a estrada percorrida pela banda ao longo de três décadas (Foto: Reprodução)

Três décadas após surgir das cinzas do Nirvana, o Foo Fighters reafirma sua identidade e longevidade com o lançamento de “Today’s Song”, faixa inédita apresentada nesta quarta-feira (2). O lançamento marca o primeiro material novo desde o álbum But Here We Are (2023), e também simboliza uma pausa para reflexão e memória, traduzida por Dave Grohl em uma carta aberta publicada no site oficial da banda.

 

Mais do que uma nova música, “Today’s Song” soa como um reencontro — com o público, com a história e com os fantasmas que acompanham o grupo desde sua origem. Criado nos últimos meses de 1994, quando a morte de Kurt Cobain ainda reverberava no silêncio do Nirvana, o Foo Fighters nasceu da tentativa de transformar o luto em movimento. Trinta anos depois, a essência dessa tentativa ainda pulsa.

 

Na carta assinada por Grohl, não há nostalgia fácil. Há lembrança como processo. Em tom íntimo, ele revisita o percurso da banda com honestidade emocional e senso de continuidade. A estrada percorrida, diz ele, foi feita de vitórias e quedas, ossos quebrados e corações partidos — mas nunca trilhada sozinho. A unidade é uma das forças motrizes da trajetória do Foo Fighters, sempre sustentado pela cumplicidade entre seus integrantes e pela conexão visceral com o público.

 

Grohl também faz questão de citar ex-companheiros de banda, reconhecendo a importância de músicos como William Goldsmith, Franz Stahl e Josh Freese. Mas é ao mencionar Taylor Hawkins, baterista falecido em 2022, que o texto ganha seu momento mais comovente. Em poucas linhas, Grohl condensa luto e presença contínua, afirmando que o nome de Taylor “é pronunciado todos os dias”, e que ele permanece incorporado à identidade da banda.

 

O lançamento de “Today’s Song”, nesse contexto, torna-se mais do que apenas uma nova faixa no catálogo. É um marco simbólico de resistência e permanência. Uma música que chega não para celebrar o passado com saudosismo, mas para ancorar o presente com consciência da própria história.

 

A voz de Grohl continua sendo o fio que costura toda essa jornada: do ruído dos anos 90 à maturidade das últimas gravações. A energia do Foo Fighters, tantas vezes canalizada em grandes festivais, refrões em coro e explosões de guitarra, agora encontra espaço para outro tipo de força — a da continuidade silenciosa, do legado construído não só com som, mas com presença, lealdade e memória.

 

Trinta anos depois, o Foo Fighters parece ainda querer seguir em frente e disposto a continuar junto. Um com o outro. Um pelo outro. E com quem escuta desde o começo.

 

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