Quando o Girassol se inclina em direção à luz, o som encontra abrigo na simplicidade: na versão acústica do Cidade Negra, o que era radiofônico se desnuda em voz, cordas e respiração.

Um canto solar e melancólico, que escapa do clichê para florescer em memória, recomeço e fé nos dias bons.

A roupagem acústica abandona o vigor do estúdio para revelar camadas íntimas e quase confessionais — como se cada verso fosse uma carta escrita ao tempo. A suavidade das vozes e dos arranjos evoca a paz depois da tempestade, um tipo de resistência que nasce da ternura. É canção que não grita, mas permanece — como o sol das manhãs lentas ou uma lembrança boa que insiste em voltar.

Ouça como quem escuta o silêncio entre as notas.