Goo Goo Dolls retorna com “Nothing Lasts Forever” e o peso do tempo
Música se insere em um contexto de reflexão silenciosa sobre a impermanência, construindo imagens a partir de rostos anônimos
Por LockDJ
Publicado em 14/07/2025 16:37 • Atualizado 14/07/2025 16:38
Música
Novo single da banda Goo Goo Dolls reiventa linguagem sem renunciar às raízes (Foto: Reprodução)

O novo single da banda Goo Goo Dolls, Nothing Lasts Forever, evoca um tema recorrente ao longo de sua trajetória: a efemeridade dos sentimentos e a tentativa de capturá-los em forma de canção. Lançada com um videoclipe dirigido por Kat White, a música se insere em um contexto de reflexão silenciosa sobre a impermanência, construindo imagens a partir de rostos anônimos que cruzam ruas e histórias em Los Angeles — cidade onde o tempo parece correr em paralelo com a vida.

 

A produção traz John Rzeznik mais uma vez no centro da composição, agora acompanhado de Gregg Wattenberg e Grant Michaels na produção. A faixa busca equilíbrio entre groove e melodia melancólica, traçando uma linha tênue entre memória e desapego. Não se trata apenas de mais uma balada sobre o fim, mas de uma tentativa de narrar o instante em que os sentimentos simplesmente deixam de ser.

 

Ao lançar uma música com esse título, o Goo Goo Dolls inevitavelmente convida à lembrança de seu maior sucesso, Iris. Composta para o filme Cidade dos Anjos (1998), a canção se tornou símbolo de um tempo em que baladas românticas carregavam o peso do amor absoluto. Em contraste, Nothing Lasts Forever parece aceitar com maturidade o movimento do tempo.

 

Se em Iris o desejo era “desistir da eternidade só para tocar você”, agora resta observar o que se esvai, como passageiros de um trem sem estação final.

  

A banda, surgida em Buffalo nos anos 1980 e moldada no cruzamento entre o pós-grunge e o soft rock, segue reinventando sua linguagem sem renunciar às raízes. O novo single, mais do que uma afirmação estética, é uma constatação: alguns valores permanecem não porque duram, mas porque retornam, ressignificados, no instante em que nos dispomos a escutá-los.

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