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Alexandre, o Grande — entre o mito, a história e a lente do cinema
Nascido em Pela, capital da antiga Macedônia, Alexandre cresceu imerso em uma educação que combinava política, filosofia e guerra.
Por LockDJ
Publicado em 20/07/2025 11:12 • Atualizado 20/07/2025 11:12
Cultura
Alexandre herdou o trono e um dos exércitos mais preparados da antiguidade (Foto: Reprodução IA)

No calendário dos grandes nascimentos que moldaram o mundo, 20 de julho de 356 a.C. se ergue com aura quase mitológica. É a data tradicionalmente atribuída ao nascimento de Alexandre III da Macedônia, mais conhecido como Alexandre, o Grande, estrategista militar, rei da Macedônia, discípulo de Aristóteles e figura que, ao longo de sua curta vida, redesenhou os mapas e imaginários do mundo antigo. Embora alguns registros citem o dia 21, a escolha do dia 20 como referência simbólica não é mero acaso: marca a chegada de um homem que ultrapassaria as fronteiras do tempo para se tornar lenda.

 

Nascido em Pela, capital da antiga Macedônia, Alexandre cresceu imerso em uma educação que combinava política, filosofia e guerra. Sua juventude foi moldada por Aristóteles, seu preceptor, que lhe incutiu tanto o amor pela cultura grega quanto a ambição de levar essa cognição ao mundo.

 

Aos vinte anos, com a morte de seu pai, Filipe II, Alexandre herdou o trono e um dos exércitos mais preparados da antiguidade. A partir dali, iniciou uma série de campanhas que mudariam o curso da história.

 

Conquistou o Império Persa, fundou cidades com seu nome — sendo Alexandria, no Egito, a mais emblemática — e avançou até a Índia, levando consigo não só a espada, mas também a cultura helênica, que se fundiu a tradições orientais e moldou o mundo helenístico. Morreu jovem, aos 32 anos, em circunstâncias que até hoje alimentam teorias e romantizações.

 

O herói trágico nas lentes de Hollywood

 

Alexandre viveu — e morreu — sob a marca do excesso: de ambição, de glória, de alcance. E essa grandiosidade naturalmente atraiu o olhar do cinema. Em 2004, o diretor Oliver Stone levou às telas Alexander, com Colin Farrell no papel-título. A produção, ambiciosa em escala e tom, buscava retratar tanto o épico quanto o íntimo do conquistador. Entre batalhas estilizadas e intrigas de corte, o filme tentou capturar o dilema de um homem que buscava não apenas conquistar o mundo, mas também compreender a si mesmo.

 

Collin Farrell viveu Alexandre no cinema (Foto: Reprodução)

 

Apesar das críticas divididas à época do lançamento — que questionaram desde a estrutura narrativa até a representação da sexualidade de Alexandre — o longa de Stone cumpre uma função simbólica: reinscreve a figura do rei macedônio na cultura de massa contemporânea, lembrando que, por mais distante que esteja no tempo, ele continua pulsando na imaginação coletiva.

 

Alexander também representa um esforço raro de Hollywood em abordar o Oriente a partir de um ponto de vista mais híbrido e contraditório — afinal, Alexandre é tanto o conquistador quanto o fascinador, o guerreiro que destrói quanto o visionário que funda.

 

O filme está disponível para aluguel por R$ 7,90 nas plataformas Prime Vídeo, Apple TV, Youtube Filmes e Google Play. 

 

A construção do eterno

 

Mais do que um líder militar, Alexandre tornou-se ideia. Seu nome atravessa eras como uma metáfora do impossível realizado, da juventude que não envelhece e da glória que beira a loucura. Seu legado está nos tratados militares e nas ruínas de suas cidades fundadas, assim como no modo como sua história continua a ser contada, reinterpretada, criticada, difundida.

 

Entre o mármore das estátuas, os papiros da Antiguidade, os livros renascentistas e o celuloide moderno, Alexandre permanece como figura de estudo. Em pleno 20 de julho, lembrar seu nascimento é também reconhecer a persistência de um imaginário que insiste em encontrar sentido na figura do herói — mesmo que, como ele, sejamos forçados a admitir que os confins do mundo talvez não existam.

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