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Boston em 50 rotações: quando o rock era mais do que um sentimento
Banda era um laboratório musical de precisão, em que cada acorde parecia medido com régua, compasso e alma.
Por LockDJ
Publicado em 27/07/2025 18:04 • Atualizado 27/07/2025 18:04
Música
Banda Boston completa 50 anos de estrada e rock and roll em 2025 (Foto: Divulgação)

Em 2025, a banda Boston completa meio século de atividade — 50 anos de um som que sobreviveu ao tempo e se cristalizou como monumento sônico da era de ouro do rock FM.

 

Fundada por Tom Scholz, engenheiro do MIT e alquimista das frequências, Boston era um laboratório musical de precisão, em que cada acorde parecia medido com régua, compasso e alma. E talvez por isso tenha sido reverenciada até por figuras improváveis — como Prince.

 

Sim, Prince. Em uma entrevista de 2004 à Guitar Player (via Far Out), o camaleônico artista, que via o palco como templo e a guitarra como espada, citou Boston como uma das bandas que o faziam crer no poder do rock: “A primeira vez que você ouve Boston, descobre um som enorme e incrível, com todas aquelas dobras de guitarra”.

 

Ao lado de nomes como Brian May e Return to Forever, Boston era, para Prince, um exemplo de quando "os melhores músicos tocavam rock and roll". É uma canonização que poucos têm.

 

Boston surgiu em 1975 e já chegou à história em seu álbum de estreia (1976), que trazia “More Than a Feeling” — faixa que ecoa, até hoje, como uma cápsula de juventude, frustração, transcendência. A guitarra de Scholz, com seus overdubs infindáveis e timbre cristalino, tornou-se assinatura.

“Peace of Mind”, “Foreplay/Long Time” e “Smokin’” completavam o pacote: era um som limpo, épico, matemático — mas com sangue.

 

O que Boston fez foi tomar o espírito do progressivo, filtrá-lo pelo pop e polir até brilhar no rádio. Criaram um tipo de classic rock que não envelheceu mal, porque nunca se propôs a ser datado. Seu som era projetado para soar futuro — e ainda soa.

Hoje, com mais de 32 milhões de discos vendidos, Boston ainda é presença garantida em playlists nostálgicas, riffs sampleados e corações que não abriram mão da sensação de escutar um solo como se fosse uma epifania. Talvez porque, como bem disse Prince, ainda em 2004, "não tem mais ninguém fazendo isso no rock hoje em dia".

 

Boston é uma dessas bandas que desafiam o tempo e a memória — e que fazem o coração cético acreditar, de novo, que o rock pode ser mais do que um sentimento.

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