Noite Preta acendeu a rebeldia sonora dos anos 90 com um riff que rasga o silêncio e um vocal que ecoa das catacumbas da TV aberta.
Vange Leonel foi uma voz contundente e singular do rock brasileiro nos anos 1980 e 1990. Iniciou sua trajetória como vocalista da banda de pós-punk Nau, que flertava com atmosferas densas e letras de cunho existencial e político, inserindo-se no circuito alternativo paulistano.
Em 1991, com seu primeiro álbum solo, alcançou projeção nacional graças à faixa “Noite Preta”. Além da música, Vange também se destacou como escritora e ativista feminista, mantendo sempre uma postura crítica e engajada. Faleceu em 2014, aos 51 anos, vítima de um câncer no ovário, mas deixou uma obra marcada por coragem estética, potência lírica e resistência.
Vange Leonel eternizou seu grito pós-punk como trilha de Vamp (1991), novela gótica que marcou a transição do pop brasileiro para uma era de sombras dançantes e vampiros existencialistas. Um hino para noites de insônia, batom escuro e adolescências em combustão.
“Fecho os meus olhos. A caverna e o coração perdidos entre um sim e um não na calada da noite preta..."