Lançada em 1959, “The Twist” foi composta por Hank Ballard, mas só ganharia projeção no ano seguinte, quando Chubby Checker regravou a faixa, no dia 1º de agosto de 1960, há exatos 65 anos, e a levou ao topo da Billboard Hot 100 em setembro de 1960. A música, com sua batida marcada e estrutura simples, provocou uma reconfiguração nas pistas de dança da época ao introduzir um novo gesto corporal: o movimento de cintura livre, solto, que dispensava a lógica dos pares abraçados.
A dança Twist, impulsionada pelo single, rapidamente se espalhou por programas de TV, salões de baile e festas de garagem.
Ao transferir a canção para o circuito popular, Chubby Checker não apenas reinterpretou uma faixa esquecida, mas canalizou um espírito de transformação que circulava entre juventude, música e corpo. O sucesso da música está menos em sua melodia e mais no que ela liberou culturalmente — um tipo de coreografia individualizada, que desencaixava os códigos sociais do contato físico formal. Dançar sozinho passou a ser não só permitido, mas desejado.
Quase três décadas depois, em 1988, uma nova gravação com Chubby Checker e os The Fast Boys resgatou a música para uma nova geração. O single alcançou novamente o topo das paradas, agora na Alemanha e no Reino Unido, reforçando a persistência de sua estrutura rítmica e seu apelo coreográfico. Mesmo sem a força de um lançamento inédito, “The Twist” demonstrava uma resiliência pouco comum: atravessava décadas e geografias mantendo sua função social intacta — provocar movimento.
A revista Billboard, em 2014, reconheceu esse impacto ao declarar “The Twist” como o “maior sucesso” da década de 1960. O título não se refere apenas ao desempenho comercial, mas ao modo como a canção reorganizou a relação entre música, corpo e comportamento em um momento de transição histórica.
O Twist, mais que uma dança ou um hit, foi um desvio coreográfico no corpo da cultura pop.