Vencedor de três estatuetas na 97ª edição do Oscar, incluindo Melhor Ator para Adrien Brody, O Brutalista já tem data para chegar aos streamings: o filme entra no catálogo da Prime Video no próximo 22 de agosto, disponível para todos os assinantes da plataforma sem custo adicional.
Dirigido por Brady Corbet (Entre Estranhos), o longa é uma jornada estética e existencial que se desdobra a partir da trajetória do arquiteto húngaro László Toth (Brody), que, ao lado da esposa Erzsébet (Felicity Jones), abandona uma Europa em ruínas pós-Segunda Guerra Mundial para reconstruir não apenas sua vida, mas também o imaginário urbano da América moderna.
Uma arquitetura emocional
Mais do que um retrato de exílio e reinvenção, O Brutalista mergulha em um campo raro no cinema: o conflito entre arte, poder e legado. A narrativa se transforma com a chegada de um cliente misterioso (Guy Pearce), figura que instiga Toth a desafiar seus próprios princípios estéticos e morais.
O filme constrói, com precisão quase matemática, o embate entre o idealismo da arquitetura brutalista — crua, funcional, sem ornamentos — e as camadas psicológicas dos personagens, que revelam rachaduras, tensões e compromissos éticos soterrados.
A direção de Corbet é ambiciosa, com uma fotografia sóbria e imersiva que traduz, em concreto e sombras, a atmosfera pesada da obra. O elenco de apoio também se sustenta, com destaques para Raffey Cassidy e Stacy Martin, que orbitam o universo de Toth como fragmentos de uma sociedade em transformação.
Adrien Brody em sua melhor forma desde “O Pianista”
Em um papel feito sob medida, Adrien Brody retoma o vigor dramático que o consagrou em O Pianista. Seu László é introspectivo, tenso, profundamente humano. O Oscar de Melhor Ator ficou em boas mãos, assim como os prêmios de Trilha Sonora e Fotografia que coroaram a produção.
Crítica e nota
O Brutalista é cinema de alta densidade: exige atenção, entrega e disposição para contemplar. Não é para todos os gostos — e nem pretende ser. É uma obra que se constrói aos poucos, como as edificações de seu protagonista, até desabar em silêncios e escolhas irreversíveis. Um filme que marca.
Nota: ⭐⭐⭐⭐ 9/10