Nesta sexta-feira, 8 de agosto, o ápice do caso Watergate completa 51 anos. Mais do que uma data histórica para a política dos Estados Unidos, trata-se de um marco no jornalismo investigativo moderno — um episódio que mudou a relação entre imprensa e poder, e que permanece vivo na memória coletiva, especialmente por sua poderosa reencenação no clássico Todos os Homens do Presidente (1976).

O filme, dirigido por Alan J. Pakula e protagonizado por Robert Redford e Dustin Hoffman, acompanha os repórteres Bob Woodward e Carl Bernstein, do Washington Post, que, ao investigarem um aparentemente banal arrombamento no edifício Watergate, em 1972, desenterram uma rede de espionagem, sabotagem política e encobrimentos que culminaria na renúncia do presidente Richard Nixon em 1974.

A obra transcende a crônica factual e transforma o processo jornalístico — com suas dúvidas, tropeços e tensões éticas — no coração da narrativa, resgatando o valor da persistência, do rigor e da coragem diante das pressões de um Estado em colapso moral.

Cinquenta e um anos depois, Watergate ainda ecoa como advertência e inspiração. A obra de Pakula, com sua fotografia sóbria, trilha minimalista e roteiro afiado, é mais do que uma dramatização histórica — é um manifesto silencioso sobre o papel da imprensa em tempos de opacidade institucional. Revisitar o filme é, portanto, um exercício de memória e resistência. E mais: é lembrar que, mesmo em tempos sombrios, a verdade insiste em vir à tona — letra por letra, pauta por pauta, manchete por manchete.

Todos os Homens do Presidente está disponível para aluguel e compra nas plataformas Looke, Apple TV, YouTube e Google Play.