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Thiago Martins de Melo abre exposição "Cosmogonia Colérica" em São Luís
Em cartaz no Convento das Mercês e o Espaço Cultural Chão SLZ, a mostra reúne 21 obras produzidas entre 2013 e 2025.
Por LockDJ
Publicado em 16/08/2025 20:08 • Atualizado 16/08/2025 20:09
Cultura
A mostra reúne 21 obras produzidas entre 2013 e 2025 (Foto: Tomaz Silva)

Um dos nomes mais expressivos da arte contemporânea brasileira, o maranhense Thiago Martins de Melo, prestes a completar 44 anos, inaugurou nesta semana sua primeira exposição individual em sua cidade natal, São Luís. A mostra, intitulada Cosmogonia Colérica, ocupa simultaneamente dois espaços no Centro Histórico — o Convento das Mercês e o Espaço Cultural Chão SLZ — reunindo 21 obras produzidas entre 2013 e 2025.

 

Com curadoria de Germano Dushá, também responsável por parte do último Panorama da Arte Brasileira do MAM-SP, a exposição reúne um conjunto plural de linguagens, que vão de pinturas monumentais a esculturas, gravuras, instalações e vídeos experimentais. O percurso não segue uma ordem cronológica, mas busca condensar os principais vetores espirituais, políticos e estéticos da trajetória do artista.

 

“A ideia foi pegar um nervo, um eixo central da produção de Thiago. Seu núcleo é justamente essa profusão de formas, temas e energias. O título Cosmogonia Colérica fala sobre gênese, sobre criação, mas sempre atravessada pela fúria, pela intensidade e pela carga política que seu trabalho carrega”, explica o curador.

 

Arte entre gênese e fúria

 

As obras de Thiago amalgamam história, misticismo, espiritualidade e política, propondo narrativas que transitam entre ritos sincréticos, batalhas simbólicas e epifanias visuais. Para o curador, o impacto do trabalho de Thiago ultrapassa o circuito especializado:

 

“Mesmo quem nunca ouviu falar dele encontra ali imagens diretas, potentes, que dialogam com o público em diferentes níveis, entre o figurativo, o abstrato e o conceitual.”

 

O próprio artista afirma que sua identidade e suas referências são transpostas em cada peça:

 

“Minha obra nasce do lugar onde cresci. Ela está fincada na América Latina, em sua luz, cores, ancestralidade e lutas. Trabalha fusões de narrativas europeias, indígenas e africanas, além de referências à iconografia hermética, à alquimia e ao tarô”, destaca Thiago.

 

Trajetória e reconhecimento internacional

 

Nascido em São Luís em 1981, Thiago vive entre o Maranhão, São Paulo e Guadalajara (México). Já realizou exposições individuais em instituições de peso como a Fundação Iberê Camargo (Porto Alegre), Museu Nacional da República (Brasília), Centro Cultural São Paulo e a Fundação Joaquim Nabuco (Recife).

 

No circuito internacional, participou de grandes mostras coletivas, entre elas a Bienal de Lyon (França), a 12ª Bienal de Dakar (Senegal), a 31ª Bienal de São Paulo, a Bienal do Mercosul e a primeira Bienal das Amazônias.

 

Suas obras integram coleções permanentes em museus como o Masp e a Pinacoteca de São Paulo, o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, além de instituições internacionais, como o Fearnley Museum de Arte Moderna (Oslo) e coleções em Miami.

 

Com Cosmogonia Colérica, São Luís se torna palco de uma síntese da trajetória de Thiago, um artista cuja produção ressoa entre o popular e o erudito, o espiritual e o político, o místico e o histórico — sempre marcada pela intensidade visual e simbólica que o consolidou como um dos principais nomes da arte brasileira contemporânea.

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