Em 1970, o mundo conheceu Close to You, o segundo álbum do The Carpenters, que consolidou Richard e Karen como um dos grandes nomes da música pop. O disco também inaugurou uma sonoridade delicada, sofisticada e profundamente melancólica dos irmãos.
Canções como “(They Long to Be) Close to You”, de Burt Bacharach e Hal David, e “We’ve Only Just Begun”, transformaram-se em clássicos de uma geração, mesclando arranjos orquestrais refinados ao timbre característico de Karen Carpenter.
O disco marcou o início de uma trajetória de sucesso meteórico, com várias canções no topo das paradas e uma estética sonora que redefiniu o que se entendia por soft pop. O tom quase etéreo das interpretações de Karen carregava, desde cedo, uma tristeza sutil que parecia atravessar cada sílaba.
A fragilidade vocal, que se tornou a marca dos Carpenters, acabou se entrelaçando à própria vida da cantora, cujo drama pessoal, a luta contra a anorexia nervosa, transformou-se em um dos episódios mais dolorosos da história da música. Um talento que se esvaiu muito rápido, aos 32 anos, e ficou. Ainda ressoa em nostalgia e vigor sentimental.
Passadas mais de cinco décadas, Close to You continua soando atemporal, um retrato da inocência pop dos anos 1970, mas também um álbum que carrega uma aura de melancolia premonitória. Ouvir Karen Carpenter é revisitar um período dourado da música americana. Uma história atravessada pelo contraste entre a luminosidade das harmonias e a tragédia silenciosa que ceifou sua vida cedo demais.
O álbum permanece como uma cápsula emocional: celebra o amor e a esperança juvenil, e ecoa, inevitavelmente, a saudade de uma voz que nunca deixou de soar íntima e imortal.