A baixista argentina Paz Lenchantin, conhecida por sua década ao lado do Pixies (2014–2024) e por trabalhos anteriores com o Zwan e o A Perfect Circle, está de volta à cena em carreira solo. Seu novo álbum, intitulado Triste, chega no dia 17 de outubro e marca uma guinada criativa após anos dedicada a bandas consagradas. O primeiro single, “Hang Tough”, já está disponível, acompanhado de videoclipe.
“Eu precisei fazer esse álbum sozinha. Não para provar nada, mas para ter fé de que a música poderia me nutrir novamente. E fez”, declarou a artista em comunicado.
Criação livre e colaborações
Grande parte das composições de Triste nasceu em isolamento criativo, mas Lenchantin também reuniu parceiros de longa data. Dois ex-companheiros do A Perfect Circle, o baterista Josh Freese e o guitarrista Troy Van Leeuwen, se juntaram a ela no estúdio. Além disso, músicos de língua espanhola, recrutados a partir de um anúncio no Instagram, ajudaram a dar corpo ao projeto.
A inspiração inicial surgiu em Petatlán, no México, em 2023, onde Lenchantin compôs uma série de canções sobre uma jovem que se apaixona por Jesus. A narrativa, segundo a biografia oficial do disco, não reflete uma adesão religiosa, mas uma metáfora sobre a busca humana por salvação e entrega a algo inalcançável.
“Esse álbum me ensinou quem eu sou na minha jornada musical”, afirma Lenchantin. “Foi como assistir a uma árvore cair na minha própria floresta, sem precisar gritar ‘madeira’”.
Distanciamento do Pixies e reinvenção
O trabalho marca um rompimento sonoro com a sonoridade pesada e abrasiva do Pixies, banda que a baixista descreveu como seu “pico da montanha” em entrevista à Rolling Stone em 2022. Ao lado de Charles Thompson (Black Francis), Joey Santiago e David Lovering, ela gravou três álbuns e excursionou pelo mundo, até sua saída em 2024.
“Minha saída foi tão surpreendente para mim quanto para muitos”, admitiu à época. “Mas isso acabou me impulsionando a investir em novos projetos nos quais estou verdadeiramente empolgada”.
Pouco depois, Lenchantin recebeu o convite de uma grande artista para integrar sua banda, mas decidiu recusar. “Congelei. Já tinha sido marcada por experiências anteriores em grupos de alto perfil. Percebi que, se aceitasse, continuaria andando em círculos”, explicou. Dessa recusa nasceu Triste, obra que representa liberdade artística e uma nova fase em sua carreira.