Quando Closing Time ecoou pelas rádios em 1998, não era apenas mais um single de rock alternativo, virava o epitáfio melódico de uma década que misturava o cinismo do grunge tardio, a melancolia indie e a iminente virada para a euforia eletrônica dos anos 2000. A banda Semisonic, vinda de Minneapolis, encapsulou em versos aparentemente simples o sentimento universal de transição: o fim de uma festa, de uma fase, de um tempo.
Ao ser revisitada em sessões intimistas como a do The Bridge 909 Out of Studio, em pleno período pandêmico, longe do calor dos grandes shows, a canção ressurge sem a poeira da nostalgia fácil, mas como um ritual de passagem eterno, em que cada refrão continua a dialogar com diferentes gerações.
No limiar entre a balada radiofônica e o hino indie, “Closing Time” reafirma seu lugar como documento cultural de um período em que a música alternativa ainda conversava com o mainstream.
Mais do que despedida, é uma canção sobre começos disfarçados de finais. E talvez por isso nunca tenha deixado de soar atual: porque todos nós, em algum momento, precisamos atravessar portas que se fecham para encontrar outras que se abrem.