No dia 23 de agosto de 1305, William Wallace foi executado em Londres sob acusação de alta traição contra a coroa inglesa. Cavaleiro escocês, líder militar e símbolo da resistência, Wallace foi brutalmente enforcado, arrastado e esquartejado, mas sua morte não apagou a memória de um povo que, séculos depois, ainda o reverencia como mártir da independência da Escócia. A cada aniversário da sua execução (720 anos em 2025) ressurge o debate sobre mito, memória e identidade nacional.
Trinta anos antes, em 1995, Hollywood transformou essa história em espetáculo. Coração Valente, dirigido e estrelado por Mel Gibson, levou às telas a trajetória épica de Wallace, misturando fatos históricos, lenda e uma boa dose de invenção cinematográfica. O filme arrebatou o público com batalhas sangrentas, discursos inflamados e a imagem imortalizada do herói clamando por “liberdade”.
Vencedor de cinco Oscars, incluindo Melhor Filme e Melhor Diretor, o filme tornou-se um clássico cultural dos anos 1990, ajudando a consolidar a Escócia como cenário mítico na cultura pop.
Revisitar Wallace através de Braveheart é refletir sobre como a história se reinventa no imaginário coletivo. O herói medieval, imortalizado em poemas épicos como The Wallace de Blind Harry, encontrou no cinema um novo corpo simbólico, capaz de atravessar fronteiras e dialogar com outros tempos.
Em 2025, ao marcar sete séculos de sua execução e três décadas do lançamento do filme, a pergunta que ecoa é se não somos todos herdeiros dessa tensão entre história e mito, fato e narrativa. Afinal, Wallace e Braveheart continuam nos lembrando que a luta por liberdade é tão política quanto cultural — e, sobretudo, atemporal.
O filme Coração Valente está disponível para assinantes das plataformas Disney+ e Mercado Play.