Lançada em 1984, “Amigo do Sol, Amigo da Lua”, de Benito Di Paula, nasceu como uma carta aberta ao filho recém-nascido, Rodrigo Vellozo. O registro não é apenas musical, mas também familiar: uma canção que mistura o gesto íntimo da paternidade com a função pública da obra popular.
Quarenta e um anos depois, a música retornou em nova versão, reabrindo uma ponte entre gerações. Se no início era o anúncio de um nascimento, agora se torna também diálogo entre pai e filho, entre tempos distintos e a permanência do afeto como matéria musical.
Essa revisitação marca o modo como certas composições atravessam o tempo sem perder seu vínculo de origem.
Na memória da televisão brasileira, a canção ficou associada à novela A Gata Comeu (1985), quando serviu de tema para o personagem professor Fábio, vivido por Nuno Leal Maia. Essa presença reforçou a capacidade da obra de se inserir em diferentes contextos, do espaço doméstico da família à narrativa ficcional da teledramaturgia.
Entre vida privada e cultura popular, “Amigo do Sol, Amigo da Lua” permanece como documento de um encontro: de pai para filho, da música para o público.