O rock brasileiro perdeu nesta segunda-feira (25) uma de suas guitarras mais reconhecíveis. Rogério Meanda, integrante da Blitz desde 2005 e parceiro de nomes centrais da música nacional, morreu aos 61 anos. A notícia foi confirmada em nota oficial da banda nas redes sociais:
“Rogério foi parte essencial da história da Blitz e da vida de todos nós”. Ele deixa um filho, Pedro, de 32 anos.
O velório, aberto ao público, será realizado nesta terça-feira (26), a partir das 14h, no Cemitério São João Batista, em Botafogo, Zona Sul do Rio. O sepultamento está marcado para as 16h.
Da Blitz a Cazuza: uma trajetória que atravessa gerações
Na Blitz, Rogério Meanda dividiu palco e estúdio com Evandro Mesquita, Juba e Nicole Cyrne, participando de todos os discos mais recentes do grupo, entre eles “Aventuras II” (2016), “Supernova” (2023) e “NuDusOutros” (2025). Sua guitarra se tornou marca constante nos shows e turnês da banda.
Mas foi também ao lado de Cazuza que Meanda deixou um registro definitivo no BRock dos anos 1980. Assina riffs e solos de “Exagerado” (1985), álbum que inaugurou a carreira solo do ex-Barão Vermelho.
São de Rodrigo as guitarras de faixas como a própria “Exagerado” e clássicos compostos com Cazuza, como “Nosso amor a gente inventa”, “Medieval II” e “Só se for a dois”.
Ao longo da carreira, gravou ainda com Roberto Carlos, Gal Costa, Fagner, Lenine, Flávio Venturini e até em produções com Xuxa, mostrando sua versatilidade e alcance artístico.
Repercussão e homenagens
A notícia da morte causou forte impacto entre amigos e parceiros musicais. Evandro Mesquita disse ao O Globo que todos estão “sem chão”:
“Inacreditável. Grande músico, uma perda gigantesca. Estamos todos com uma tristeza imensa. Que ele siga na luz e seja recebido por bons espíritos”, afirmou.
Nicole Cyrne, vocalista da Blitz, ressaltou a gentileza e o humor do guitarrista:
“Amo você, nunca esquecerei sua dancinha. Exagerada vai ser nossa saudade. Nosso garoto que sonha.”
Já o saxofonista George Israel lembrou do parceiro com quem compôs, ao lado de Cazuza, “Completamente Blue”:
“Um cara único, grande coração, guitarrista virtuoso, com humor irresistível, compositor sensacional.”
O baixista Rodrigo Santos, ex-Barão Vermelho, também homenageou Meanda:
“Se foi um dos maiores guitarristas do BRock. Conhecia desde 1984. Estivemos juntos até no meu DVD Ao vivo em Ipanema. Descanse em paz, Rogerinho.”
Um legado em riffs e melodias
Reservado fora dos holofotes, mas intenso nos palcos, Rogério Meanda deixa uma obra que atravessa diferentes momentos da música brasileira. Sua guitarra uniu a energia rebelde do BRock à leveza pop da Blitz, tornando-se parte da memória coletiva de quem cresceu ouvindo o som dos anos 1980 em diante.
Sua despedida é também um lembrete de que a história do rock brasileiro foi escrita não apenas por vozes à frente dos microfones, mas por músicos que, como Meanda, transformaram riffs em marcas de uma geração.