Em 31 de agosto de 1987, Michael Jackson lançava Bad, seu sétimo álbum de estúdio e último trabalho em parceria com o produtor Quincy Jones. O disco não foi apenas uma sequência natural do monumental Thriller (1982), mas uma tentativa consciente de redefinir o alcance do pop em escala planetária.
Gravado entre 1985 e 1987, Bad nasceu em meio à pressão quase insuportável de superar o álbum mais vendido da história. Jackson respondeu com uma coleção de faixas que mesclavam agressividade rítmica, sensualidade coreografada e um tom mais sombrio. Tais elementos deram forma ao que se convencionou chamar de “estética Bad”. O álbum trazia hits como Man in the Mirror, Smooth Criminal, Dirty Diana e a faixa-título, que traduzem um pop em constante fricção com o rock, o gospel e a eletrônica da época.
Mas Bad também é um artefato cultural dos anos 80. A turnê mundial, os clipes com estética cinematográfica e a figura performática de Michael consolidaram a ideia de que o pop poderia ser consumido como espetáculo total — não apenas música, mas uma experiência visual, corporal e midiática.
Ao completar 38 anos, o disco ainda soa como registro de uma era em que a música popular se afirmava globalizada, híbrida e maior do que a soma de suas canções.
Michael Jackson em Bad vai além da busca de sucessos, e se transforma em arquiteto de um imaginário que ainda influencia artistas que entendem o pop como performance total — da sonoridade ao gesto, do estúdio ao palco.