Chrissie Hynde completa 74 anos neste domingo, 7 de setembro, e sua trajetória segue como uma espécie de contracorrente dentro da própria história do rock. Vocalista, guitarrista e compositora, ela não apenas fundou o The Pretenders, mas transformou a banda em um território onde sua presença foi a única constante, atravessando décadas de mudanças de formação, turbulências pessoais e as idas e vindas de uma indústria que sempre tentou enquadrá-la.
A força de Hynde nunca esteve restrita apenas ao timbre singular ou às composições que misturaram punk, new wave e pop com naturalidade. Seu modo de habitar o palco e a música sempre foi marcado por uma autonomia radical. Trata-se de uma artista que não se deixava moldar e que, ainda hoje, é lembrada tanto pelo estilo direto quanto pela forma como se recusou a ceder ao papel de musa ou de exceção feminina no rock.
Hynde ocupou espaço como protagonista, guitarrista de primeira linha e compositora que escreveu canções definitivas para várias gerações.
Sete décadas depois, Chrissie Hynde tem a presença registrada como memória e continuidade: um lembrete de que a cena musical é feita de persistência, de quem escolhe atravessar os anos com a mesma crueza e energia que a levaram a se lançar em Londres nos anos 1970.
Aos 74 anos, Hynde reafirma-se como figura que nunca foi estátua, mas sim movimento, e que, dentro ou fora dos Pretenders, segue como um corpo de guitarra em punho, vivendo o rock como prática diária de liberdade.