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54 anos de Imagine: quando Lennon sonhou alto demais
O álbum ainda é visto com o trabalho mais universal do ex-Beatle, entre ternura, fúria e utopia.
Por LockDJ
Publicado em 09/09/2025 06:00
Música
O álbum completa 54 anos como símbolo de paz, conflito íntimo e resistência (Foto: Reprodução)

Em 9 de setembro de 1971, John Lennon lançou Imagine, seu segundo álbum solo após a ruptura dos Beatles. Meio século depois, o disco permanece como um dos registros mais emblemáticos da música popular do século XX, um trabalho que mistura o intimismo confessional com uma ambição universal.


Produzido ao lado de Yoko Ono e Phil Spector, o álbum alcançou rapidamente o topo das paradas no Reino Unido e nos Estados Unidos, mas transcendeu o êxito comercial para se tornar um documento cultural.

O disco abre com a faixa-título, que se tornaria um dos maiores hinos de todos os tempos. Simples na melodia e direta na mensagem, Imagine propõe uma utopia de paz e fraternidade, sem fronteiras nem dogmas, como se Lennon tivesse destilado em três minutos o idealismo político e humanista do início dos anos 1970.


Mas Imagine vai além da canção-símbolo: nele convivem a ternura de Jealous Guy, a ironia política de Gimme Some Truth e I Don’t Want to Be a Soldier, o ressentimento exposto em How Do You Sleep? — ataque explícito a Paul McCartney — e a doçura melódica de Oh My Love. Essa tensão entre confronto e vulnerabilidade, raiva e delicadeza, faz do disco uma obra multifacetada, que reflete o estado emocional de Lennon no período.

Cinquenta e quatro anos depois, Imagine é visto não apenas como um clássico musical, mas como um artefato cultural que atravessou décadas e se cristalizou no imaginário coletivo. Sua canção principal se tornou símbolo em campanhas pacifistas, manifestações políticas e eventos globais, enquanto o álbum como um todo é revisitado por sua coragem de expor um artista entre o público e o privado, entre o ícone e o homem.


Imagine é um trabalho que continua a provocar, a emocionar e a projetar uma utopia inacabada. Talvez por isso ainda soe tão atual.

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