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Agatha Christi: a “Dama do Crime” que moldou a literatura policial moderna
Autora de mais de 80 romances, Christie transformou o mistério em espetáculo literário e manteve um diálogo constante com o cinema e a televisão.
Por LockDJ
Publicado em 15/09/2025 06:00
Cultura
Agatha Christie escreveu mais de 80 romances, contos e peças de teatro (Foto: Reprodução IA)

No dia 15 de setembro de 1890, nasceu em Torquay, na Inglaterra, Agatha Mary Clarissa Miller, mais tarde conhecida mundialmente como Agatha Christie, a escritora que redefiniu o gênero policial e atravessou gerações como um dos nomes mais lidos da literatura.


Autora de mais de 80 romances, contos e peças de teatro, Christie transformou o mistério em espetáculo literário e manteve um diálogo constante com o cinema e a televisão, consolidando-se como uma referência cultural até hoje.

Trajetória e ascensão literária


Filha de uma família de classe média inglesa, Agatha cresceu em ambiente que estimulava a imaginação. Durante a Primeira Guerra Mundial, trabalhou como enfermeira e teve contato direto com substâncias químicas e venenos, conhecimento que mais tarde se tornaria essencial em suas tramas criminais. Sua estreia ocorreu em 1920 com O Misterioso Caso de Styles, que apresentou ao mundo o detetive Hercule Poirot, inspirado em refugiados belgas que a autora conheceu em sua juventude.

Christie construiu uma carreira marcada pela criação de personagens emblemáticos, como o próprio Poirot e a astuta Miss Marple, ambos símbolos de sagacidade e raciocínio lógico. Ao longo das décadas, ela publicou sucessos como Assassinato no Expresso do Oriente (1933)O Assassinato de Roger Ackroyd (1926), considerado um marco pelo uso inovador da narrativa em primeira pessoa, Morte no Nilo (1937), ambientado em sua paixão pelas viagens ao Egito, e O Caso dos Dez Negrinhos (1939) — rebatizado como E Não Sobrou Nenhum —, que permanece como uma das obras mais vendidas da história da literatura.

 

Adaptações e legado audiovisual


O universo de Christie extrapolou os livros e se tornou parte fundamental da cultura audiovisual. A série Agatha Christie's Poirot (1989–2013), protagonizada por David Suchet, consolidou na televisão a imagem definitiva do detetive belga, com episódios que recriaram de forma minuciosa o ambiente britânico do início do século XX.


O cinema também se apropriou de suas tramas: Assassinato no Expresso do Oriente, filmado em 1974 e refeito em 2017 por Kenneth Branagh, é talvez a adaptação mais emblemática, reunindo elencos estrelados e reafirmando o fascínio popular pela complexidade de seus enredos.


Outras adaptações notáveis incluem Morte sobre o Nilo (1978 e 2022), O Vingador Invisível (1945), baseado em E Não Sobrou Nenhum, além de diversas versões para teatro, sendo A Ratoeira a peça em cartaz há mais tempo no mundo, ininterruptamente desde 1952 em Londres.

Atravessando as décadas


O impacto de Agatha Christie se explica por sua capacidade de adaptar o mistério ao espírito de cada época. Seus livros permanecem relevantes não apenas pela engenhosidade das tramas, mas também por refletirem tensões sociais, costumes e dilemas humanos que continuam a ressoar.


Traduzida para mais de 100 idiomas, Agatha Christie se mantém como a autora mais vendida da história, superada apenas pela Bíblia e por Shakespeare.

Ao celebrar os 135 anos de seu nascimento, é impossível não reconhecer em Agatha Christie uma arquiteta de enigmas que moldou a maneira como pensamos sobre crime, justiça e narrativa. Sua obra ultrapassou fronteiras literárias, atravessou o século XX e segue encontrando novos leitores e espectadores no século XXI. Um testemunho de que o mistério, quando bem contado, é atemporal.

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