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Música da noite: "Man! I Feel Like a Woman!” é spurs e batom vermelho
Shania Twain transformou Nashville em pista de libertação, embalada num refrão para corpos em trânsito.
Por LockDJ
Publicado em 17/09/2025 20:32 • Atualizado 17/09/2025 20:32
Música
Shania Twain cruza a fronteira entre o country e o mundo com salto alto e groove (Foto: Divulgação)

No Dia Internacional da Música Country, “Man! I Feel Like a Woman!” soa menos como hit e mais como manifesto em alta rotação. Shania Twain pega o Velho Oeste da canção americana, passa batom vermelho, liga as luzes de neon e transforma o saloon em passarela, sem pedir licença ao porteiro do purismo.


O country, aqui, não é museu, é cartaz de rua, é grito de independência que aprende a coreografia do pop e devolve ao mundo um refrão que cabe no corpo inteiro.

Por baixo do brilho da produção fin-de-siècle, há engenharia de gênero e de arranjo: batida em stomp-clap, guitarras comprimidas, metais insinuados, o fiddle que aparece e some como pista de origem, modulação de última hora para erguer o coro. Tudo pensado para o momento em que a pista vira estádio.


No videoclipe, a citação invertida de Robert Palmer é mais que referência, é operação estética. Shania troca as posições da vitrine e avisa que, sim, o desejo também veste spurs. O poder, ali, é performático, dançável e deliberadamente pop.

O legado é simples de enunciar e difícil de replicar, pois abriu porteiras. A faixa tornou-se rito de passagem, de karaokês a arenas, para corpos que querem celebrar autonomia sem pedir permissão à patrulha do gênero (musical ou social).


Se o country é a arte de contar histórias, aqui a história é uma só: liberdade com groove. Shania chancela uma utopia dançante em que a fronteira entre Nashville e o mundo é apenas um passo de salto alto.

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