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Mapa-mosaico do 18 de setembro, o dia em que o rock muda de pele
De Hendrix a “Paranoid”, de Lennon DJ ao Kiss sem máscara, um calendário elétrico.
Por LockDJ
Publicado em 18/09/2025 06:00
Música
Aniversários, viradas e renascenças, Kansas, Ramones, Titãs, Doors e além no 18 de setembro (Foto: Reprodução IA).

Há datas que funcionam como aquarela de épocas. O 18 de setembro é uma dessas, tipo um mosaico em que a psicodelia esbarra no metal, a FM encontra a arena, e a biografia pessoal vira história do gênero. Em 1970, o rock perdeu Jimi Hendrix e assistiu, no mesmo dia, ao Black Sabbath cravar Paranoid no vinil: duas placas tectônicas se movendo em direções distintas; a despedida do virtuosismo incendiário e a fundação do metal sombrio.



Anos depois, John Lennon sentaria à bancada de uma rádio nova-iorquina para brincar de DJ, gesto que traduzia um tempo em que o artista não apenas gravava canções, mas curadoria: o rock comentava a si mesmo ao vivo.

A partir da segunda metade dos anos 70, o eixo se desloca para a cultura de massa. “More Than a Feeling”, do Boston, nasce para a FM: guitarras cintilantes, melodia ascendente, refrão de catarse — o blueprint do AOR.

Na década de 80, o Kiss atravessa duas viradas decisivas: Lick It Up (1983) inaugura a era sem maquiagem, e Crazy Nights (1987) abraça a estética hi-tech do período, provando que a banda sabia mudar de pele sem perder o instinto de arena. Em paralelo, o catálogo dos Doors atinge platina com Greatest Hits, evidenciando a força de reedições na construção de um imaginário canônico.
 

No Brasil, o dia também dialoga com identidades locais: Sérgio Britto (Titãs) leva ao calendário a verve de um letrista que ajudou a moldar o rock urbano dos anos 80, e nesta quinta, 18, ele completa 66 anos. Raul Seixas, ao retornar aos palcos em 1988, reafirma o país como território de mitologias próprias, onde contracultura, humor e misticismo dividem a mesma estante.


Fechando a moldura, Alice Cooper lança Dragontown já no século XXI, lembrando que a teatralidade dark continuaria encontrando novas superfícies.


Entre nascimentos, despedidas e transformações, o 18/9 desenha um mapa do rock como organismo vivo: capaz de mudar de corpo, de mídia e de linguagem, sem abrir mão do impacto imediato de um grande riff.

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