O vídeo final de Wicked: Parte 2 (oficialmente “Wicked: For Good”) intensifica o conflito entre Elphaba (Cynthia Erivo) e Glinda (Ariana Grande), mostra números-chave do segundo ato, como “No Good Deed” e “Thank Goodness”, e apresenta com clareza os personagens clássicos: Homem de Lata, Leão Covarde e Espantalho, além da própria Dorothy e do tornado que a leva a Oz.
Há ainda ecos de um casamento que pode ruir e a sugestão de manipulação do clima por Madame Morrible (Michelle Yeoh). Estreia prevista para novembro.
E Dorothy?
A campanha mantém a face de Dorothy fora de quadro. Uma escolha declarada pelo elenco para que “cada espectador guarde a garota que conhece”. A personagem surge à distância ou de costas, mesmo com o papel ampliado no desfecho.
Análise: como o primeiro filme preparou o terreno
Parte 1 (2024) funcionou como origem e worldbuilding: apresentou Shiz, a política de Oz, a emergência de Elphaba como figura dissidente e a ascensão pública de Glinda. Pilares dramáticos que sustentam a ruptura agora. O filme investiu na amizade tensa entre as protagonistas, no romance com Fiyero (Jonathan Bailey) e na máquina de propaganda que rotula quem é “do Bem” e quem é “do Mal”.
O split em dois longas garantiu respiro para canções e ambientação, mas deixou pendências emocionais e políticas que o capítulo final promete resolver.
Forças que voltam ampliadas no 2º ato:
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Choque de trajetórias (fama x resistência) de Glinda e Elphaba;
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Escalada política com O Mágico (Jeff Goldblum) e Morrible;
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Payoff musical de números catárticos (“No Good Deed”, “For Good”).
Expectativas para o desfecho
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Conseqüências: se o primeiro filme tratava de escolhas, o segundo mira suas conseqüências, como isolamento, reconciliação (ou ruptura) e reescrita de reputações.
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Mitologia de Oz: integração plena com o cânone: bastão, vassoura, sapatos/ruby slippers e a missão de “provar a morte da Bruxa Má”.
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Leitura contemporânea: a promessa é selar Wicked como boneca russa pop, um musical que questiona narrativas oficiais, mídia e poder, enquanto entrega espetáculo.
A história em resumo (e o que ela representa)
Baseado no musical da Broadway, Wicked reconta “O Mágico de Oz” pelo olhar da incompreendida: Elphaba. Ao lado (e contra) Glinda, ela atravessa um arco de amadurecimento em que o rótulo de “má” é menos essência e mais construção política. Para o cinema e a cultura pop, a saga consolida:
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a anti-heroína como centro emotivo de um blockbuster;
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o musical de grande orçamento como espaço de debate moral (e não só nostalgia);
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a capacidade de Hollywood de dialogar com o palco sem perder escala cinematográfica.
Se o trailer final acerta, teremos um desfecho que costura mito e comentário social, sem abrir mão do arrebatamento musical, e com Dorothy como fantasma cultural que paira sobre tudo, lembrando que histórias nunca são contadas de um ângulo só.
Serviço (filme)