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Dia de Ada Lovelace: a primeira programadora e o futuro que ela previu
No século XIX, uma mulher antecipou o coração da era digital, e sua visão ainda pulsa em cada linha de código.
Por LockDJ
Publicado em 14/10/2025 10:46 • Atualizado 14/10/2025 10:46
Cultura
As ideias de Ada Lovelace ecoam em cada arquitetura e linguagem de programação (Foto: Reprodução)

Neste 14 de outubro, o mundo celebra o Dia de Ada Lovelace, data que homenageia a matemática britânica que, em pleno século XIX, escreveu o que seria considerado o primeiro algoritmo da história.


Filha do poeta Lord Byron e de uma mãe apaixonada por matemática, Ada soube unir lógica e imaginação de uma forma que poucos cientistas da época, e até de hoje, conseguiram.

A mente que viu o futuro


Em suas anotações sobre o Motor Analítico, projeto de Charles Babbage que nunca chegou a ser construído, Ada descreveu como uma máquina poderia executar instruções para manipular números e símbolos. Em tese, é a base da programação moderna. Mais do que isso, ela percebeu que a máquina poderia ir além da aritmética, e conseguria lidar com música, arte e linguagem, se esses elementos fossem representados por números.

Foi a primeira vez que alguém enxergou o potencial de um computador de propósito geral. Uma visão que antecipa o funcionamento de tudo, dos algoritmos de busca à inteligência artificial.

De cartões perfurados ao código


As ideias de Ada Lovelace ecoam em cada arquitetura e linguagem de programação que usamos hoje. O “mill” e o “store” do Motor Analítico, partes responsáveis pelo cálculo e pela memória, são o que chamamos hoje de CPU e RAM.

Os cartões perfurados que ela planejava para inserir dados se transformaram nos atuais arquivos de entrada, nos scripts de automação, nas APIs.


E suas sequências de instruções, com repetições e decisões condicionais, são os equivalentes primitivos dos loops e ifs.

Além de imaginar o código, Ada visualizou como pensá-los.


Do algoritmo à inteligência artificial


Em uma de suas observações mais conhecidas, Ada afirmou que uma máquina “não poderia originar ideias”, apenas executá-las. Décadas depois, Alan Turing retomaria essa reflexão, dando origem ao debate sobre se as máquinas podem ou não pensar, discussão que hoje está viva no centro da IA generativa, dos chatbots e dos modelos de aprendizado profundo.

O “Objection of Lovelace”, como ficou conhecido, continua sendo um espelho ético e filosófico da contemporaneidade: a criatividade dos algoritmos é genuína ou apenas uma recombinação do que já conhecem?

Um legado que progride


Ada Lovelace não escreveu códigos binários, mas rabiscou o que viria antes deles: a imaginação científica capaz de traduzir o pensamento humano em instruções lógicas.


Sua herança vive nas linhas de código e em cada pessoa, especialmente mulheres, que encontra na tecnologia um campo de criação e transformação social.

“A imaginação é a faculdade da descoberta.”
— Ada Lovelace

 
Hoje, quando digitamos uma função, rodamos um script ou treinamos um modelo de IA, seguimos a trilha aberta por ela. E talvez o maior tributo que se possa prestar seja continuar programando. Não apenas máquinas, mas o futuro.

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