O Telefone Preto 2 abriu na liderança das bilheterias brasileiras no fim de semana, com R$ 6,35 milhões, confirmando o fôlego da franquia que fez mais de US$ 160 milhões em 2022. Dirigido por Scott Derrickson (A Entidade) e novamente ancorado pela presença inquietante de Ethan Hawke como o Sequestrador, o filme manteve distância confortável dos concorrentes. Veja o ranking (Comscore):
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O Telefone Preto 2 — R$ 6,35 mi
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Tron: Ares — R$ 2,74 mi
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A Casa Mágica da Gabby: O Filme — R$ 2,25 mi
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Perrengue Fashion — R$ 1,63 mi
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Uma Batalha Após a Outra — R$ 703 mil
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O Bom Bandido — R$ 682 mil
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Invocação do Mal: O Último Ritual — R$ 509 mil
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Depois da Caçada — R$ 410 mil
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Eu e Meu Avô Nihonjin — R$ 284 mil
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Demon Slayer: Castelo Infinito — R$ 274 mil
O filme
Quatro anos após a fuga de Finn (Mason Thames), os traumas não cicatrizaram. Gwen (Madeleine McGraw) volta a ser a bússola sensível da narrativa, agora recebendo “ligações” em sonhos que a conduzem a um acampamento de inverno assombrado, onde ecos de novas vítimas pedem por justiça.
Em meio a uma nevasca crescente, os irmãos precisam encarar um mal que parece ter ganhado força após a morte, e, sim, a sombra do sequestrador continua pesando em cada decisão.
Análise (sem spoilers)
Derrickson dobra a aposta no terror atmosférico: corredores vazios, o chiado do vento, a textura áspera do desenho de som e a paleta fria que congela a tela. A escolha de deslocar a ação para um cenário nevado ajuda a dar cara nova à sequência, mantendo o DNA do original (infância ferida, violência e resiliência) enquanto expande a mitologia com o elemento onírico de Gwen.
O filme funciona melhor quando abraça o horror íntimo, o pós-trauma de Finn, a culpa sobrevivente, a fé teimosa da irmã. A direção segura de atores sustenta os silêncios e os sustos sem recorrer a uma montanha-russa de jumpscares.
Por outro lado, parte do terceiro ato apressa explicações e amplia a lógica sobrenatural além do necessário, diluindo um pouco a precisão narrativa do primeiro longa. Ainda assim, a química entre Thames e McGraw e o fantasma performático de Hawke mantêm a tensão no patamar certo.
Veredito: um retorno sólido e competente, que privilegia atmosfera e personagens, mesmo tropeçando em ambições maiores no clímax.
Nota: ★★★☆☆ 8,5/10