Lançada em 2001, Murder on the Dancefloor é uma daquelas faixas que desafiam o tempo. Um híbrido raro de ironia britânica, sensualidade contida e perfeição pop. Sophie Ellis-Bextor canta como quem observa a própria tragédia através do espelho. A pista é um campo de batalha, e o crime é dançar melhor que todos os outros.

Mais de duas décadas depois, a música ressurgiu como um ícone cultural, graças à sua presença explosiva no filme Saltburn (2023). A batida disco, o baixo elegante e o vocal cristalino ecoam entre o kitsch e o sublime, convertendo a pista de dança em altar, onde hedonismo e culpa se confundem.

Sophie, com sua aura de diva pós-moderna, fez da ironia uma forma de resistência. Sob a superfície leve, há um manifesto sobre poder, desejo e controle. Murder on the Dancefloor, além do hit global, é o retrato imortal de uma noite que nunca acaba.