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Música da noite: cartão-postal de lugar nenhum
Santa Fe é o som de uma estrada que termina onde começa a lembrança, como um horizonte portátil.
Por LockDJ
Publicado em 08/11/2025 19:03 • Atualizado 08/11/2025 19:06
Música
Santa Fe é um vento que lembra nomes, em uma estação onde ninguém fica (Foto: Reprodução)

Há algo de quase etéreo em “Santa Fe”, faixa que repousa no coração de The Rip Tide (2011), da banda Beirut. É uma canção que pulsa em contradição. Ao mesmo tempo em que evoca deslocamento e solidão, soa como um retorno.


A melodia se move em ondas leves de sopros e teclas, enquanto Zach Condon parece cantar de dentro de uma estação de trem imaginária. Aquele lugar onde ninguém fica, mas todos passam.

O arranjo, com sua mistura de pop de câmara, folk balcânico e melancolia eletrônica, surge como um bilhete engavetado que alguém escreveu durante uma viagem longa demais. “Santa Fe” não é um destino, é uma sensação, o eco de um lar que nunca se teve por completo.


Ao fim, o que fica é a harmonia entre o doce e o distante, um convite à contemplação do que se perde no caminho. Beirut não fala sobre voltar para casa, mas de seguir em frente mesmo sem saber o destino.

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