Há exatos 59 anos, o mundo teria, segundo uma das teorias mais insanas e fascinantes da cultura pop, perdido Paul McCartney. O episódio, conhecido como o “Paul is Dead”, é o maior boato da história do rock.

Conforme o boato, o baixista dos Beatles teria morrido em um acidente de carro em 9 de novembro de 1966, sendo secretamente substituído por um sósia idêntico escolhido em um concurso organizado pela própria banda.

O rumor surgiu em 1969, quando um estudante norte-americano afirmou, em um programa de rádio, que havia “pistas” escondidas nos discos e capas dos Beatles. Daí em diante, a imaginação coletiva fez o resto.

Capa de Abbey Road? Seria o cortejo fúnebre, John como sacerdote, Ringo como agente funerário, George de jeans (o coveiro) e Paul, descalço e fora de compasso, como o morto.



Em Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band, Paul traria na manga uma insígnia com as letras “O.P.D.” (Officially Pronounced Dead). Ao tocar Revolution 9 ao contrário, alguns diziam ouvir: “Turn me on, dead man”.

A força dessa lenda está menos na credulidade e mais no fascínio da cultura pop por enigmas e simulações. No auge da beatlemania, os fãs queriam algo além da música, desejavam mistério. O mito de Paul morto e substituído pelo “falso McCartney” transformou a banda em um objeto de culto hermético, no qual cada acorde escondia uma chave e cada vinil parecia uma sessão espírita.

Décadas depois, Paul continua vivo, espiritualmente e literalmente, mas a teoria resiste como símbolo de uma era pré-internet em que o imaginário popular criava seus próprios delírios coletivos.

️No fundo, o “Paul is Dead” não é só sobre morte, mas sobre como o rock se tornou religião e os Beatles, seus deuses e fantasmas.