Fechado desde 2019, o Museu de Alcântara entrou na etapa derradeira de requalificação e deve reabrir em breve. Localizado na Praça Gomes de Castro, no centro histórico, o espaço avança para a terceira fase do projeto, a expografia, que consiste na montagem da nova exposição, coroando um ciclo de pesquisa, restauro e modernização iniciado há seis anos.
O projeto, em três etapas
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Fase 1 (2019–2020): pesquisa intelectual e curadoria, com participação de especialistas de diversas áreas;
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Fase 2 (entregue em maio de 2022): ampliação, reforma e restauração do prédio histórico, em parceria com o Instituto Brasileiro de Museus (IBRAM);
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Fase 3 (desde jan. 2024): expografia e adequação interna dos espaços expositivos.
A etapa atual é financiada pelo Fundo Nacional dos Direitos Difusos (Ministério da Justiça), com repasse ao IBRAM e execução sob gestão da UFMA. Para o coordenador do projeto na universidade, professor Roni Araújo, trata-se do momento em que o conteúdo se encontra com o público:
“O trabalho de restauração e requalificação envolveu equipe multidisciplinar e respeito à memória local. A expografia é quando o acervo ganha vida, dialoga com o visitante e valoriza a história de Alcântara e do Maranhão.”
O que o público vai ver
O novo projeto museográfico prevê:
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Exposição permanente com objetos originais dos séculos XIX e XX (móveis, utensílios, documentos e peças arqueológicas), preservados durante o período de fechamento;
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Exposição temporária voltada ao público infantil, com réplicas e estações interativas;
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Destaques temáticos: acervo paleontológico do município; visibilidade à presença indígena na formação local; herança afro-brasileira e quilombola; e trilhas narrativas que conectam o período colonial à contemporaneidade marcada pelo Centro de Lançamento de Alcântara.
A diretora do museu, Karina Waleska, ressalta o papel social do equipamento:
“O museu é um ponto de encontro entre passado e presente. Preserva a memória, mas também reformula narrativas sobre a presença indígena, africana e o papel das crianças no processo educativo. A reabertura é um convite para redescobrir nosso patrimônio.”
“Dos dinossauros à era espacial”
Sob coordenação da UFMA/PROEC, em parceria com o MUSA e o IBRAM, o projeto “Alcântara: dos dinossauros à era espacial” integra pesquisa, ensino e extensão para contar, de maneira didática e imersiva, a trajetória local — dos registros paleontológicos às camadas históricas, arqueológicas e antropológicas que moldaram a cidade.
O visitante encontrará textos, imagens, maquetes, réplicas, dioramas e recursos audiovisuais, compondo uma experiência que aproxima ciência, cultura e educação.
Por que importa
A reabertura do Museu de Alcântara recoloca o município no circuito museal do país, amplia o acesso ao patrimônio, e fortalece ações de mediação cultural e popularização da ciência. Ao unir universidade e comunidade, o projeto reafirma o papel da UFMA na preservação e difusão da memória maranhense, e na construção de um espaço vivo de aprendizado para estudantes, pesquisadores e visitantes.