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Música da noite: postais psicodélicos de um dia comum
The Zephyr Song é quando o vento californiano sussurra entre guitarras líquidas e devaneios febris.
Por Redação Rádio VB
Publicado em 14/11/2025 19:09 • Atualizado 14/11/2025 19:10
Música
Red Hot canta cartas ao vento elétrico, entre palmeiras e feedback (Foto: Reprodução)

Há algo em “The Zephyr Song” que parece escapar do vocabulário comum. Como se o Red Hot Chili Peppers tivesse capturado um vento específico, íntimo, e colocado dentro de uma bateria macia e de um riff que se desdobra como luz refletida na água. A faixa tem essa sensação de suspensão, de paisagem vista de bicicleta, entre palmeiras e um céu que insiste em ser azul demais. É pop, é etéreo, é leve, mas nunca raso.

O clima de trance solar que John Frusciante costura com backing vocals quase fantasmagóricos cria um contorno de sonho lúcido. Anthony Kiedis canta como quem pede permissão para desaparecer por uns instantes. Não para fugir, mas para sentir. A música inteira vibra como um encontro entre euforia e contemplação, um chamado para sair da própria órbita por alguns minutos.

E no fim, “The Zephyr Song” funciona como um lembrete: existem músicas que não procuram respostas, só aberturas. Ela empurra o ouvinte para um estado onde tudo parece possível, desde reencontrar uma versão perdida de si mesmo até simplesmente deixar o vento conduzir. É um convite sutil, quase secreto, para respirar diferente.

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