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Música da noite: malandragem em fio tenso
Quando o Barão Vermelho transforma desilusão, esperteza e ironia em crônica elétrica do cotidiano.
Por Redação Rádio VB
Publicado em 20/11/2025 19:05 • Atualizado 20/11/2025 19:06
Música
O Barão Vermelho veste a atmosfera de Bezerra da Silva com guitarras (Foto: Divulgação)

“Malandragem Dá Um Tempo” soa como um aviso cifrado, um recado que bate no ouvido como quem dá aquele sorriso torto antes de sumir na esquina. O cover do Barão Vermelho é um documento sonoro da desconfiança, aquele instante em que a rua cochicha e você percebe que já entrou numa história que não devia.


O Barão Vermelho veste a atmosfera de Bezerra da Silva com guitarras que parecem mastigar ansiedade e uma levada que anda de mãos dadas com a suspeita.

O narrador da canção é quase um filósofo da sobrevivência urbana, desses que sabem que charme sem caráter vira armadilha. A letra observa a esperteza de quem joga sujo e a fragilidade de quem ainda acredita. Tudo dito com a ambiguidade deliciosa que o Barão soube construir, amparado no legado de Adelzonilton Barbosa da Silva, eternizado por Bezerra. crítica e deboche numa mesma frase, ternura e tapa no mesmo verso.
 

No fim, a canção vira reflexo. A tal malandragem, mais do que um personagem, é um estado de espírito que ronda. É sobre reconhecer as sombras antes que elas se sentem ao seu lado. E se o mundo insiste em truques, o Barão responde com rock, aquele que não pede licença, não entrega a alma e ainda sussurra: “dá um tempo, vai…”

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