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Música da noite: o desamparo elétrico que salvou o Aerosmith dos anos 90
Um hino melodramático, um videoclipe emblemático e a última fagulha de rebeldia romântica antes de o mundo virar pós-tudo.
Por Redação Rádio VB
Publicado em 06/12/2025 19:27 • Atualizado 06/12/2025 19:27
Música
Steven Tyler canta com o coração mastigado, e ainda assim brilhando (Foto: Divulgação)

Cryin’” é a prova de que o Aerosmith sabia fazer drama com cheiro de gasolina. Lançada em 1993, a faixa capturou aquele espírito de meia-noite que vagueia entre o rock clássico e a MTV fluorescente. É uma música que se recusa a explicar sua dor, preferindo gritá-la entre riffs inflados e um Steven Tyler que parece cantar com o coração mastigado, e ainda assim brilhando.

O videoclipe, com Alicia Silverstone em modo fúria existencial, virou um pequeno manifesto da geração que cresceu quebrando regras por puro tédio. Era sobre liberdade, sobre pular sem olhar para baixo, sobre transformar decepção amorosa em catarse pública. Um melodrama adolescente filmado como se fosse um épico de garagem. E funcionou.

 
Hoje, “Cryin’” soa como uma relíquia vibrante de uma época em que o rock ainda acreditava no exagero, no romance destruído e no refrão que explode como confete emocional. Uma faixa que continua pulsando porque, no fundo, todo mundo já chorou como quem pula de uma ponte, rezando para que, lá embaixo, tenha música suficiente para amortecer a queda.

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