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Caso Zodíaco completa 57 anos e segue sem respostas concretas
Do primeiro crime em 1968 ao filme de Fincher, o legado de medo, obsessão e incerteza que atravessa gerações.
Por Redação Rádio VB
Publicado em 20/12/2025 06:00
Entretenimento
O caso do Zodíaco se resume a cartas, códigos e um vazio impossível de fechar (Foto: Reprodução)

Em 20 de dezembro de 1968, o assassinato de Betty Lou Jensen e David Faraday, em Vallejo, Califórnia, marcou o início de uma das narrativas criminais mais perturbadoras do século XX. Não apenas pela violência em si, mas pelo que viria depois. Cartas cifradas, provocações à imprensa, um assassino que transformou o medo em espetáculo e nunca foi oficialmente identificado. O chamado Assassino do Zodíaco não buscava apenas matar, mas ser lido, decifrado, lembrado.

Décadas depois, o cinema encontrou na obsessão e na incompletude desse caso o seu verdadeiro núcleo dramático. Em Zodíaco, dirigido por David Fincher, o crime deixa de ser um quebra-cabeça policial convencional e se torna um estudo sobre o desgaste humano provocado pela busca incessante por respostas.


O filme abandona a catarse do “culpado revelado” e escolhe algo mais desconfortável: a convivência com a dúvida. Investigadores, jornalistas e cartunistas não são heróis clássicos, são homens corroídos pelo tempo, pela frustração e pela sensação de que a verdade pode simplesmente escapar.


Mark Ruffalo, Robert Downey Jr e Jake Gyllenhaal estrelam Zodíaco (Foto: Divulgação)

Fincher constrói o longa com rigor quase clínico. A reconstituição da Califórnia dos anos 1960 e 1970 é precisa, silenciosa, sufocante. Não há trilha sonora manipuladora nem cenas de violência gratuitas; o terror está na espera, no telefone que toca, na carta que chega com símbolos indecifráveis.


Jake Gyllenhaal, Robert Downey Jr. e Mark Ruffalo encarnam personagens que não lutam apenas contra um assassino, mas contra o vazio institucional, a burocracia e a própria mente. o temas transformam Zodíaco em algo maior que um filme policial: um retrato da obsessão moderna.


Disponível atualmente na HBO Max, Zodíaco segue atual justamente por se recusar a oferecer conforto. Assim como o caso real, o filme termina sem fechamento definitivo, lembrando que alguns mistérios não existem para serem solucionados, mas para nos confrontar com nossos limites.


Cinquenta e sete anos depois do primeiro crime atribuído ao Zodíaco, o que permanece não é apenas o medo, é a inquietação de saber que nem toda história aceita um ponto final.

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