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Brigitte Bardot: o último suspiro de um ícone que redefiniu cinema e estilo
Atriz e ativista foi símbolo da revolução cultural dos anos 1950 e além.
Por Redação Rádio VB
Publicado em 28/12/2025 10:50 • Atualizado 28/12/2025 10:55
Entretenimento
Brigitte Bardot provocou debates sobre arte, corpo, liberdade e responsabilidade social (Foto: Reprodução)

Neste domingo (28), a atriz e cantora Brigitte Bardot morreu aos 91 anos, conforme anunciado pela Fundação Brigitte Bardot, organização por ela e criada para a defesa dos direitos dos animais. Sua morte encerra uma vida que atravessou meio século de mudanças culturais profundas, entre cinema e moda, da sexualidade à proteção animal, deixando um legado artístico robusto e, por vezes, controverso.

Bardot nasceu em Paris em 1934 e saltou para a fama internacional nos anos 1950 com o filme E Deus criou a Mulher (1956), dirigido por Roger Vadim, seu então marido. Com sua sensualidade aberta e um estilo que combinava naturalidade e rebeldia, ela se tornou um dos principais símbolos da revolução sexual da época e um fenômeno de bilheteria que influenciou gerações de artistas e público. Ao longo de sua carreira no cinema, atuou em dezenas de filmes e também teve sucesso como cantora, imprimindo voz e personalidade a uma Europa em transformação. 

Após se afastar das telas no início dos anos 1970, Bardot dedicou-se à causa animal, fundando em 1986 a Fundação Brigitte Bardot para o Bem-Estar e a Proteção dos Animais, que se tornou uma das referências mundiais no ativismo em defesa de criaturas vulneráveis. Sua vida pessoal, marcada por relacionamentos intensos, maternidade conturbada e uma convivência com a mídia muitas vezes invasiva, foi tão emblemática quanto a carreira artística.

A relação de Bardot com o Brasil é parte de sua lenda cultural. Seus filmes e imagem influenciaram noites de cinema, moda e comportamento no país décadas antes de uma cultura pop globalizada. A atriz francesa esteve em Búzios em duas ocasiões, no ano de 1964,. Em reconhecimento ao impacto das visitas, a cidade inaugurou, em 1999, a Orla Bardot, onde foi instalada uma estátua em homenagem à artista.



Fãs brasileiros sempre celebraram sua presença como ícone do glamour europeu, e suas exibições em festivais e mostras ajudaram a consolidar na década de 1960 um olhar mais aberto sobre sexualidade e estética no cinema nacional.

Após seu falecimento, líderes culturais e políticos, incluindo o presidente da França, Emmanuel Macron, prestaram homenagem, chamando-a de “lenda” e símbolo de liberdade. Seu legado permanece complexo e multifacetado. Admirada como estrela que desafiou normas, reverenciada como ativista incansável pelos animais, mas também lembrada pelas posições políticas e declarações que geraram debates e divisões.

Brigitte Bardot será lembrada por uma das figuras mais emblemáticas do cinema francês, e também como uma força cultural que moldou, e muitas vezes provocou, debates sobre arte, corpo, liberdade e responsabilidade social em um mundo em constante transformação.

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