2025 marca os 20 anos do lançamento de "A Menina que Roubava Livros", do escritor autraliano Markus Zusak. Trata-se de uma obra literária que conquistou leitores ao redor do mundo e resultou uma adaptação cinematográfica, dirigida por Brian Percival, em 2013.
No Brasil, o livro chegou às prateleiras exatamente dois anos depois, no dia 15 de fevereiro de 2007, e bateu recordes de venda, virando um fenômeno literário que marcou milhares de leitores.
Paralelo entre as páginas e as telas
No livro, a narrativa é conduzida pela Morte, que assume um papel central, oferecendo reflexões sobre a guerra e o destino dos personagens. O filme mantém essa escolha, mas reduz a presença da narradora, tornando sua participação mais pontual e menos filosófica. Isso altera a forma como os eventos são interpretados, limitando a profundidade das reflexões presentes nas páginas.
Os personagens no filme apresentam algumas mudanças em relação à obra original. Liesel, a protagonista, mantém sua essência, mas a evolução emocional é menos detalhada. A relação com Hans e Rosa Hubermann também sofre adaptações, especialmente no tom das interações.
No livro, Rosa é mais severa, enquanto no filme sua personalidade é suavizada. Rudy Steiner, amigo de Liesel, tem momentos importantes preservados, mas algumas cenas emblemáticas, como sua admiração por Jesse Owens, são tratadas de forma diferente.
A atmosfera da Segunda Guerra Mundial no livro é marcada por uma construção detalhada do medo e da tensão que envolvem os personagens. O filme, ao traduzir essa ambientação para o audiovisual, simplifica alguns elementos históricos e reduz a carga emocional de certas cenas. A perseguição aos judeus e os bombardeios, por exemplo, são abordados de maneira menos intensa.
A fidelidade da adaptação ao material original se mantém em aspectos centrais da história, como a relação de Liesel com os livros e sua amizade com Max Vandenburg. Entretanto, algumas mudanças na estrutura narrativa e na caracterização dos personagens impactam a profundidade emocional da trama.
O filme prioriza a linearidade dos eventos, enquanto o livro utiliza uma narrativa fragmentada e antecipações que reforçam a tensão dramática.
O impacto da história, tanto no livro quanto no filme, está na forma como apresenta a guerra a partir da perspectiva de uma criança e na importância das palavras como instrumento de resistência. A adaptação mantém a essência da obra, mas com simplificações que influenciam a intensidade da experiência para o espectador.

Ler A Menina que Roubava Livros e assistir à sua adaptação cinematográfica oferecem experiências complementares. O livro proporciona uma imersão profunda na narrativa, explorando a subjetividade dos personagens e a influência das palavras em meio à guerra. A construção da história pela perspectiva da Morte amplia a reflexão sobre a fragilidade da vida e o impacto dos acontecimentos históricos.
O filme, por sua vez, traduz visualmente a ambientação da época e dá vida aos personagens, tornando a história acessível a um público mais amplo. Embora simplifique alguns elementos da obra original, a adaptação preserva a essência do enredo e permite que a mensagem central alcance diferentes espectadores.
A leitura do livro aprofunda a compreensão das emoções e dos conflitos dos personagens, enquanto o filme oferece uma interpretação visual que reforça a atmosfera da história. Juntos, ambos permitem uma visão mais completa da obra de Markus Zusak e de seu impacto na literatura e no cinema.
A adaptação de A Menina que Roubava Livros está disponível no catálogo da Disney+.
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