Alcatraz: entre a ficção e o retorno de um símbolo
A proposta de Donald Trump reacende o imaginário popular com o filme clássico estrelado por Clint Eastwood.
Por LockDJ
Publicado em 05/05/2025 07:00
Entretenimento
Alcatraz recebeu figuras emblemáticas do crime como Al Capone.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, causou polêmica neste domingo ao anunciar que pretende reabrir a prisão de Alcatraz, desativada desde 1963 e hoje um dos pontos turísticos mais visitados de São Francisco.

 

A ideia, segundo Trump, é transformar o antigo presídio em uma unidade de segurança máxima para abrigar “os criminosos mais perigosos e violentos do país”.

 

Inaugurada em 1934, a penitenciária de Alcatraz recebeu figuras emblemáticas do crime como Al Capone e era conhecida por sua segurança quase intransponível: cercada por águas geladas e correntezas fortes, fugas eram consideradas impossíveis. Uma tentativa em 1962, eternizada no cinema por Clint Eastwood, permanece até hoje sem desfecho claro — os presos nunca foram encontrados.

 

A prisão foi fechada em 1963 por motivos econômicos. Segundo o Bureau of Prisons, os custos operacionais eram três vezes maiores do que em outras unidades, e estimava-se que seriam necessários entre US$ 3 e 5 milhões (em valores da época) apenas para sua manutenção.

 

Fuga de Alcatraz

 

A proposta de Donald Trump reacende também o imaginário popular em torno de Alcatraz, eternizado no cinema em “Alcatraz: Fuga Impossível” (Escape from Alcatraz, 1979), estrelado por Clint Eastwood. O filme, baseado em fatos reais, retrata a história de três prisioneiros que, em 1962, supostamente conseguiram escapar da prisão usando uma engenhosa combinação de ferramentas improvisadas, bonecos de papel machê e túneis escavados com colheres. Até hoje, nunca se soube ao certo se os fugitivos sobreviveram.

 

Filme Alcatraz: Fuga Impossível foi estrelado por Clint Eastwood (Foto: Reprodução)

 

Em 12 de junho de 1962, os guardas da prisão encontraram as camas de Frank Morris e dos irmãos John e Clarence Anglin cheias de manequins.

 

De acordo com o FBI, os prisioneiros usaram uma furadeira caseira feita com peças de aspirador de pó para entrar em um corredor de serviços públicos desprotegido e depois no telhado da prisão, descer até a costa e depois em uma jangada remendada com mais de 50 capas de chuva da prisão.

 

Pedaços da jangada foram encontrados na costa, bem como um pacote lacrado de borracha com cartas relacionadas aos homens, mas vestígios dos três nunca foram descobertos.

 

Ninguém sabe o destino destes três homens, mas o FBI diz que é “improvável” que tenham sobrevivido.

 

Frank Morris e os irmãos John e Clarence Anglin fugiram de Alcatraz (Foto: Divulgação)

 

O caso ganhou status lendário e virou símbolo tanto da rigidez da penitenciária quanto do fascínio do público por histórias de rebeldia contra sistemas considerados inflexíveis.

 

Ao anunciar a reabertura da prisão como um “símbolo de Lei, Ordem e Justiça”, Trump reativa esse imaginário — mas com outro propósito: não mais como palco de fugas impossíveis, e sim como vitrine política de força e controle.

 

Enquanto o filme transformou Alcatraz em símbolo da astúcia diante da opressão, o novo projeto busca ressignificá-la como emblema de punição dura e inflexível, alinhada ao discurso punitivista que tem marcado a retórica de Trump desde a sua campanha.

 

O filme Fuga de Alcatraz está disponível para aluguel na Prime Vídeo, por R$ 6,90, e gratuitamente para assinantes do Mercado Livre na plataforma Mercado Play.

 

#Alcatraz

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