Rádio VB analisa os indicados e faz projeções do Emmy 2025

Premiação revela um cenário narrativo fragmentado, porém vigoroso, com disputas acirradas e uma linha tênue entre entretenimento e desconforto estético.

Por LockDJ

Publicado em 15/07/2025 15:42 • Atualizado 15/07/2025 15:44

Entretenimento

Pinguim, Ruptura e White Lotus estão na disputa acirrada do Emmy (Foto: Reprodução)

Entre ficções densas, sátiras sombrias e reinterpretações estilizadas de histórias reais, as indicações às principais categorias de minisséries e antologias da temporada do Emmy 2025 revelam um cenário narrativo fragmentado, porém vigoroso, com disputas acirradas e uma linha tênue entre entretenimento e desconforto estético.

No centro dessa temporada estão nomes já consagrados — Cate Blanchett, Michelle Williams, Colin Farrell, Jake Gyllenhaal — misturados a revelações como Cooper Koch e apostas narrativas ousadas como Pinguim, Adolescência e Sirens. Um equilíbrio delicado entre o prestígio e a quebra de expectativa.

‍ Melhor Atriz em Minissérie, Antologia ou Filme para TV

A presença de Cate Blanchett por Disclaimer parece quase protocolar, mas não menos merecida: ela transforma paranoia e poder em uma performance internalizada, de combustão lenta.

Michelle Williams, com Morrendo por Sexo, investe numa jornada emocionalmente abrasiva, enquanto Meghann Fahy é talvez a mais surpreendente entre as indicadas, em um papel tenso e transformador em Sirens. Cristin Milioti, como já fez antes em Palm Springs e Made for Love, mostra que consegue caminhar no fio entre o absurdo e o emocional — e em Pinguim, faz isso no centro de um universo moralmente falido. Rashida Jones, por sua vez, brilha em um dos episódios mais elogiados da nova temporada de Black Mirror.

Favorita VB: Michelle Williams, pela coragem do desconforto.

Aposta surpresa: Meghann Fahy pode roubar a cena.

‍ Melhor Ator em Minissérie, Antologia ou Filme para TV

Essa é a categoria mais intensa do ano. Colin Farrell, transformado em Pinguim, carrega o peso da maquiagem e da história com controle e loucura contida. Stephen Graham vem forte com Adolescência, numa atuação que lembra o realismo britânico cru de This Is England. Jake Gyllenhaal está em sua zona de excelência: paranoia, moralidade borrada, ambiguidade. Já Bryan Tyree Henry, cada vez mais versátil, entrega um desempenho silencioso e profundo em Ladrões de Drogas. Cooper Koch, novato entre gigantes, representa o tipo de aposta que premiações adoram fazer quando querem parecer ousadas.

Favorito VB: Stephen Graham, por uma entrega quase documental.

Aposta do mainstream: Colin Farrell, com força de personagem icônico.

Melhor Direção em Minissérie, Antologia ou Filme para TV

O duelo Pinguim versus Adolescência se repete aqui. Helen Shaver e Jennifer Getzinger entregam momentos de brilho visual na Gotham decadente, mas Philip Barantini traz um traço de urgência quase sufocante em Adolescência. Nicole Kassell, veterana de Watchmen, mostra pulso firme em Sirens, enquanto Lesli Linka Glatter cria camadas narrativas intrincadas em Zero Day.

Favorita VB: Nicole Kassell, pelo equilíbrio entre tensão e elegância.

Mais provável: Philip Barantini, se a temporada quiser realismo nu.

✍️ Melhor Roteiro em Minissérie, Antologia ou Filme para TV

Essa é a categoria que mede o pulso da originalidade. Charlie Brooker volta afiado com Black Mirror, e a parceria com Bisha K. Ali atualiza os dilemas do algoritmo com um olhar de quem vive dentro dele. Morrendo por Sexo, escrito por Kim Rosenstock e Elizabeth Meriwether, é um roteiro corajoso que dribla clichês. Jack Thorne e Stephen Graham assinam o roteiro mais duro do ano, enquanto Lauren LeFranc amarra a mitologia de Pinguim com habilidade. Joshua Zetumer, por Say Nothing, corre por fora com um thriller cerebral.

Favorita VB: Black Mirror, por ainda saber incomodar com estilo.

Aposta cult: Adolescência, se a temporada quiser premiar densidade.

Melhor Talk Show

O embate tradicional se mantém: The Daily Show segue relevante, mesmo sem Trevor Noah; Stephen Colbert mantém seu humor político ácido e Jimmy Kimmel entrega consistência. Faltam surpresas, mas sobram formatos que se reinventam.

Favorito VB: The Daily Show, pela capacidade de sobreviver à troca de comando sem perder identidade.

Melhor Programa de Competição

Uma das categorias mais queridas do público. RuPaul’s Drag Race ainda é o nome mais forte, mas The Traitors vem se consolidando com edição inteligente e narrativa envolvente. Top Chef e Survivor são apostas estáveis; The Amazing Race mantém apelo global.

Favorito VB: The Traitors, pela renovação do gênero.

Força do hábito: RuPaul’s Drag Race segue com alto capital cultural.