Para quem cresceu nos anos 1980, He-Man e os Mestres do Universo não era apenas mais um desenho animado. Era quase um rito diário: sentar-se em frente à TV, espada invisível em punho, e repetir o bordão imortal — "Pelos poderes de Grayskull!". Mais do que entreter, o desenho da Filmation ajudou a consolidar uma estética e um arquétipo de herói musculoso, mitológico e didático, que atravessou gerações, influenciou brinquedos, roupas e até a forma de contar histórias de fantasia na televisão infantil.
O impacto cultural foi tamanho que, em 1987, Mestres do Universo ganhou sua primeira versão em live-action nos cinemas, estrelada por Dolph Lundgren como He-Man e Frank Langella como o vilão Esqueleto. O filme, no entanto, ficou marcado mais por suas limitações técnicas e um enredo desconectado da essência da animação do que por fidelidade ao universo original. Ainda hoje, o longa divide opiniões: para alguns, uma tentativa corajosa (mas datada); para outros, uma adaptação esquecível que pouco contribuiu para a mitologia do personagem.
Agora, quase quatro décadas depois, He-Man prepara seu retorno em grande estilo. A Amazon MGM Studios divulgou nesta quarta-feira (23) o primeiro teaser do novo Mestres do Universo, previsto para estrear em 5 de junho de 2026. A prévia não revela cenas, mas apresenta o título do filme em diversas línguas, reforçando a aposta global no projeto.
Com roteiro assinado por Chris Butler (ParaNorman, Link Perdido) e direção de Travis Knight (Kubo e as Cordas Mágicas, Bumblebee), a nova versão promete unir elementos épicos e visuais modernos, com um toque autoral. O elenco é estrelado por Nicholas Galitzine (Vermelho, Branco e Sangue Azul), no papel principal, além de nomes como Jared Leto, Morena Baccarin, Idris Elba, Camila Mendes, Alison Brie e Hafthor Bjornsson — sugerindo um equilíbrio entre ação, carisma e presença física.
A expectativa gira em torno de um desafio clássico: como reimaginar uma franquia nostálgica sem trair seus fundamentos? Mestres do Universo precisará agradar tanto aos fãs de longa data quanto a uma nova geração que talvez nunca tenha ouvido falar de Etérnia, Esqueleto ou Teela. A trilha será estreita: entre a reverência e a reinvenção.
Se o primeiro filme tentou trazer He-Man para a Terra, agora o caminho parece inverso: levar o público de volta ao universo fantástico de onde ele nunca deveria ter saído. Afinal, entre fracassos e glórias, há uma constatação — o poder de Grayskull continua ecoando.
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