Morreu nesta quinta-feira (4), aos 91 anos, Giorgio Armani, estilista italiano que transformou a moda mundial e encontrou no cinema um palco privilegiado para difundir sua estética minimalista e elegante.
Nascido em Piacenza, no norte da Itália, em 11 de julho de 1934, Armani chegou a cursar Medicina, mas abandonou a faculdade antes de concluir o curso. Serviu ao Exército e iniciou a carreira na loja de departamentos La Rinascente, em Milão, onde atuou como comprador. O primeiro passo como designer veio na grife Nino Cerruti, ao desenvolver a linha masculina.
Após transformar a moda masculina, Armani também conquistou espaço no guarda-roupa feminino. Seu estilo casual chique, baseado em cortes sóbrios e tecidos sofisticados, tornou-se referência para mulheres que buscavam uma elegância prática.
O cinema foi decisivo na projeção internacional da marca. O filme Gigolô Americano (1980), estrelado por Richard Gere, levou as criações do estilista para as telas e ajudou a consolidar sua imagem nos Estados Unidos.
O divisor de águas: Gigolô Americano
Em 1980, Armani vestiu Richard Gere no filme Gigolô Americano. O figurino do protagonista, feito de ternos de caimento leve e cortes desestruturados, rompeu com a rigidez da alfaiataria tradicional e ajudou a redefinir a imagem do homem contemporâneo.

"Gigolo Americano" revolucionou a alfaiataria dos anos 1980
O longa se tornou um divisor de águas não apenas para a carreira do estilista, mas também para a forma como a moda dialogava com a linguagem cinematográfica.
“Gigolô Americano foi crucial para minha trajetória. O filme moldou a imagem coletiva dos anos 80 e abriu as portas do mercado americano para o meu trabalho”, disse Armani em entrevista.
Atualmente, o filme está disponível apenas para aluguel na Prime Vídeo por R$ 14,90.
Moda e narrativa
A parceria com Hollywood não parou por aí. Armani assinou figurinos para mais de 250 produções, incluindo Os Intocáveis (Mercado Play), de Brian De Palma, e Beleza Roubada, de Bernardo Bertolucci. Para o estilista, vestir personagens era um exercício criativo que combinava narrativa, atmosfera e estética.
Essa simbiose fez com que suas criações ganhassem status de linguagem visual, marcando personagens, épocas e até mesmo memórias culturais de toda uma geração.
O legado cultural
Além de figurinos, Armani projetou imagens que atravessaram fronteiras. Sua moda minimalista influenciou diretores, atores e espectadores, tornando-se uma marca registrada no imaginário coletivo.
Ícone das passarelas e das telas, deixou um legado em que cinema e moda se entrelaçam como expressões artísticas complementares.