Michelle Pfeiffer relembrou como esteve a um passo de ficar fora de Scarface (1983) e, “totalmente sem querer”, garantiu o papel que a projetou em Hollywood. No podcast SmartLess (Sean Hayes, Jason Bateman e Will Arnett), a atriz disse que o medo transformou suas primeiras leituras com Al Pacino em um desastre.
“Brian [De Palma] chegou e disse: ‘Isso não vai dar certo’”, contou. Aliviada por encerrar a tensão, ela voltou um mês depois para um teste de câmera já sem expectativas, e a mudança de estado mental fez efeito: “Foi meu melhor desempenho do filme.”
No ensaio decisivo, o ‘desapego’ virou ousadia: Pfeiffer quebrou pratos e copos em cena e cortou o dedo de Pacino. “Tinha sangue por todo lado. Pensei: ‘Perdi o papel’”, recorda. O oposto aconteceu. Para ela, foi ali que o astro concluiu: “Ela não é ruim”.
A experiência rendeu uma lição de carreira: “não ligar tanto” para o resultado em testes. Em Scarface, Pfeiffer vive Elvira Hancock, namorada, depois esposa, do traficante Tony Montana, e diz não ter imaginado que o filme viraria fenômeno cultural.
Aos 23 anos, interpretando uma personagem dependente de cocaína, “não comia” e foi emagrecendo. A própria equipe começou a levar bagels para o set.
O impacto do papel abriu portas. Depois de Scarface, Pfeiffer somou três indicações ao Oscar, por Ligações Perigosas (1988), Susie e os Baker Boys (1989) e As Barreiras do Amor (1992).
Onde assistir
Scarface está disponível apenas para aluguel nas plataformas Prime Video e Apple TV.
A performance de Pfeiffer segue um dos eixos de força do filme. Um glamour quebradiço que espelha a ascensão e o vazio do império de Montana. Brilho que seduz e corta.