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Música da noite: "Tendo a Lua", o escuro e o clarão
Paralamas e Pitty acendem o desejo antigo com faíscas novas, insistindo no desejo como se fosse ofício.
Por LockDJ
Publicado em 14/10/2025 20:06 • Atualizado 14/10/2025 20:07
Música
Herbert Vianna e Pitty dividem os vocais no clássico "Tendo a Lua" (Foto: Reprodução)

Há canções que parecem mapa astral. Alinham lembranças, noites insones e o susto do futuro. “Tendo a Lua” é dessas, com um refrão que volta como maré. Com Pitty dividindo a órbita, a faixa ganha arestas e brilho de neon. A voz dela morde o verso, Herbert abre o caminho, e o arranjo respira entre pausa e impacto.

A banda desenha um balanço firme, meio praia noturna, meio avenida molhada de chuva. Guitarras em filigrana, baixo elástico, bateria que chama o corpo para frente, tudo para sustentar o salto do texto. Querer o impossível, tocar o que escapa, insistir no desejo como se fosse ofício.

No encontro, não há nostalgia gratuita, há reativação. Pitty injeta urgência, Paralamas devolve memória, e a canção, agora, vira lampejo duplo. É o mesmo céu, outra constelação. Quando o refrão entra, a lua deixa de ser metáfora e vira farol.

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