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Música da noite: a canção que realinha corpo, tempo e feridas
O mapa afetivo de “O Segundo Sol”, na voz de Cássia Eller, demonstra a fé elétrica no recomeço.
Por LockDJ
Publicado em 15/10/2025 20:36 • Atualizado 15/10/2025 20:37
Música
Cássia Eller transforma dor em claridade nos versos de O Segundo Sol (Foto: Reprodução)

Há músicas que não envelhecem, apenas mudam de forma, de quem canta ou de quem escuta. O Segundo Sol, na voz de Cássia Eller, é dessas. Lançada em 1999, na reta final dos anos 90 e na beira de um novo milênio, a canção de Nando Reis encontrou em Cássia o corpo e o timbre perfeitos para falar de transformação, recomeço e fé naquilo que sobrevive à queda.

Com sua entrega crua e quase sagrada, Cássia transformou a canção em ritual. Quando canta “quando o segundo sol chegar, pra realinhar as órbitas dos planetas”, há mais do que metáfora, há anunciação. É o som de alguém que acredita, mesmo depois do caos. A interpretação dela não é técnica: é alma em combustão, é quem viu a escuridão e ainda escolheu acender um fósforo.

Mais de duas décadas depois, O Segundo Sol segue pairando entre o pop e o místico, como se cada verso se adaptasse ao tempo e às perdas. É uma canção que fala de renascimento, e talvez por isso Cássia nunca tenha ido embora de verdade.


O segundo sol que ela prometeu ainda nasce, um pouco, toda vez que sua voz ressoa em algum lugar.

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