Há artistas que envelhecem como o som de um vinil gasto, nítidos nas imperfeições. Sem Nunca Dar Adeus, um single vurtuoso de Lulu Santos, é uma canção sobre o que não se despede, mesmo quando o tempo insiste.

A voz de Lulu continua flutuando entre o nostálgico e o futurista, uma melodia solar que fala de amor e permanência com a leveza de quem já viveu o suficiente para entender que o “adeus” é só pausa.

O arranjo é de um pop elegante, quase líquido, cheio de texturas e guitarras que respiram, lembrando o Lulu dos anos 80, mas com um frescor digital. Há uma vibração moderna, meio city pop, meio synth retrô, como se o artista conversasse com o próprio passado e ainda desafiasse o tempo. É dançante, melancólico e luminoso.

Sem Nunca Dar Adeus é sobre continuidade, existir em trânsito, com afeto e ironia. Lulu não fecha ciclos, ele os transforma em refrão. É música para quem entende que o amor, a arte e o som não acabam, apenas mudam de frequência.